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Mercado de trabalho dos EUA surpreende e cria 288 mil empregos em junho

Foi a primeira vez desde o fim dos anos 1990 que o número de vagas cresceu num ritmo acima de 200 mil por cinco meses seguidos; taxa de desocupação recuou para 6,1%

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Por Redação
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O crescimento do emprego nos Estados Unidos saltou em junho e a taxa de desemprego caiu para 6,1%, perto da mínima em seis anos, provando decisivamente que a economia está crescendo em ritmo acelerado após os problemas no começo do ano. Foram criados 288 mil empregos fora do setor agrícola no mês passado, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Os dados para abril e para foram revisados para mostrar um total de 29 mil empregos a mais maio criados do que o relatado anteriormente. "É um relatório extremamente positivo. Não acho que seria possível ter uma leitura ainda mais forte", disse o economista sênior para os EUA da RBC Capital Markets, Jacob Oubina. Com isso, o mercado de trabalho marca o quinto mês consecutivo de crescimento superior a 200 mil postos de trabalho. É a primeira vez que isso acontece desde o boom da tecnologia, no fim da década de 1990. A economia dos EUA criou, em média, 231 mil postos de trabalho por mês neste ano, a maior média em seis meses desde 2006. Os dados impulsionaram as ações norte-americanas, com o índice Dow Jones cruzando o marco dos 17 mil pontos pela primeira vez. Os preços dos títulos da dívida pública norte-americana caíram, enquanto o dólar subiu contra várias das principais moedas. Operadores apostavam que o Federal Reserve, banco central dos EUA, elevará as taxas de juros mais cedo do que se esperava. O JP Morgan adiantou sua previsão sobre quando virá a alta dos juros para o terceiro trimestre do ano que vem. Na estimativa anterior, o banco esperava que o aperto monetário tivesse início no quarto trimestre. Já os contratos de futuros de taxas de juros se ajustaram de forma a mostrar probabilidade de 55 por cento de alta nos juros em junho de 2015. "Os mercados estão divididos entre as boas notícias econômicas e os riscos que elas acarretam para o Fed e sua postura ultra-expansionista", disse o consultor-chefe de economia da Allianz SE, Mohamed El-Erian. O relatório sobre empregos nesta quinta-feira soma-se a dados robustos de vendas de automóveis em junho e a números que mostram uma expansão firme na manufatura, sugerindo que uma queda na produção econômica no primeiro trimestre foi uma anomalia provocada pelo clima. O relatório também mostrou leve queda no número de norte-americanos que estão sem trabalhar há pelo menos 27 semanas, a 3,1 milhões de pessoas. É a menor quantidade desde fevereiro de 2009. A taxa de desemprego caiu 0,2 ponto percentual em junho apesar do aumento da força de trabalho. A taxa de participação na força de trabalho, ou a parcela de norte-americanos em idade de trabalhar que estão empregados ou buscando um emprego, ficou estável em 62,8%. A presidente do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA), Janet Yellen, argumentou que ainda há ociosidade considerável no mercado de trabalho, citando a baixa participação. Mas, segundo ela, essas pessoas poderiam ser atraídas de volta. Na visão de Yellen, isso limitaria as pressões sobre salários e permitiria que o Fed aguardasse mais tempo antes de elevar os juros, que estão perto de zero desde dezembro de 2008. Os ganhos de emprego em junho foram em todos os setores. Foram abertas 16 mil vagas no setor industrial, um crescimento pelo 11º mês consecutivo, enquanto que os empregos no setor de construção subiram pelo 6º mês seguido. O emprego no setor de serviços disparou em 236 mil, o maior crescimento desde outubro de 2012, enquanto que o governo abriu 26 mil vagas.

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