Mudança para o mercado livre de energia tem de ser feita por meio de comercializadora

Consumidor precisa estar atento à qualidade e reputação do vendedor varejista para relação de longo prazo

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Por Ludmylla Rocha (Broadcast)
Atualização:

O presidente do conselho de administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Alexandre Ramos, diz que a instituição tem adotado uma série de simplificações nos processos para facilitar a adesão dos novos consumidores. Segundo ele, no caso de consumo abaixo de 500 kW, o cliente precisa ser representados junto à entidade – responsável pelo registro e contabilização dos contratos no mercado livre – por um comercializador varejista. Hoje, a CCEE tem 100 varejistas habilitadas, que podem ser consultadas no site da entidade.

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“Perante a CCEE, toda a tratativa é com o varejista. Na migração, o consumidor vai ter um papel muito mais junto à distribuidora, claro, com o varejista o auxiliando”, explica a gerente executiva de cadastros e contratos da CCEE, Adriana Sambiase. “É como se fosse um corretor que faz a intermediação dessa relação. Ele faz todo o processo de forma mais simplificada.”

De acordo com especialistas, é importante que o consumidor escolha uma comercializadora confiável. “A escolha do varejista tem de ser bastante pensada pelo cliente, porque vai ser um relacionamento de longo prazo. Você não vai fazer um contrato de um mês e mudar de uma hora para outra até porque tem um ganho de conseguir planejar o custo de longo prazo”, afirmou.

Segundo o sócio e diretor da Thymos Energia, Alexandre Viana, a expectativa é que o número comercializadoras varejistas pode até dobrar num primeiro momento. “Não me surpreenderia se tiver 200. Como todo mercado, numa primeira fase traz muita competição. Vai vir gente do exterior e também de fora do mercado de energia”, destacou. Depois, por volta de 2027, acredita-se que haverá uma consolidação desse mercado.

Expectativa é de que a inadimplência não volte a crescer a taxas expressivas, mas apresente sinais de estabilidade. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Migração sustentável

Para Ramos, o setor elétrico deve trabalhar para que a abertura do mercado seja contínua, previsível e sustentável. Ainda que a ideia seja avançar “para que todo o mercado seja livre”, a experiência internacional mostra que nem todos os consumidores migram para esse ambiente de contratação.

Por isso, os encargos que permitem a operação do setor como um todo devem ser equalizados entre aqueles que optarem por migrar para o mercado livre e os que quiserem permanecer no cativo, sugere o executivo.

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