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Petz e Cobasi fecham acordo de fusão para criar empresa com receita de R$ 6,9 bilhões

Caso o negócio seja concretizado, as duas varejistas do setor de animais de estimação farão uma fusão entre iguais, com cada uma ficando com 50% da nova empresa

Foto do author Cristiane Barbieri
Por Cristiane Barbieri (Broadcast)
Atualização:

A Petz e a Cobasi trabalham para juntar os negócios e criar uma gigante do setor de animais de estimação que terá R$ 6,9 bilhões de receita bruta, 483 lojas e pelo menos 20 marcas, como ZeeDog, Petix, Flicks e Spike!. Caso o negócio seja concretizado, Petz e Cobasi farão uma fusão entre iguais, sendo que cada uma ficará com 50% da nova empresa. Paulo Nassar, da Cobasi, se tornará presidente executivo e Sergio Zimerman, fundador e CEO da Petz, irá para a presidência do conselho.

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As conversas aconteciam havia mais de três anos e aceleraram nas últimas semanas, quando se chegou a um acordo sobre relação de troca e governança da empresa combinada. Foi assinado, segundo fontes próximas às negociações, o memorando de entendimentos não vinculante (MOU) para essa possível combinação de negócios.

As empresas terão conversas exclusivas por um prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 30 dias. Durante esse período, serão feitas due diligence (diligências prévias) mútuas.

Com geração de caixa medida por Ebitda (juros antes de impostos, depreciação e amortização) ajustada de R$ 464 milhões e caixa líquido de R$ 232 milhões, a nova empresa combinada vê potencial de sinergias que ainda serão calculadas por especialistas, antes de serem apresentadas ao mercado. Porém, as companhias destacam os ganhos de escala e a união de modelos de negócios e direcionamentos estratégicos similares.

Ao criar uma única plataforma, Petz e Cobasi veem fortalecimento da omnicanalidade (presença em diferentes canais de vendas, como físicos e digitais), bem como potencialização da estratégia comercial. Dizem ainda que haverá ganhos com a venda cruzada de marcas próprias e serviços, otimização do plano de expansão e abertura de lojas, ganhos de eficiência de rotas de e-commerce e centros de distribuição e melhor aproveitamento de despesas corporativas. Diversos analistas apontavam oportunidades nesse sentido, quando os boatos sobre a união ficaram fortes no fim de março.

Com maior porte, a Petz teve receita bruta de R$ 3,8 bilhões, 249 lojas, Ebitda ajustado de R$ 267 milhões e caixa líquido de R$ 23 milhões no ano passado. A Cobasi, por sua vez, teve receita de R$ 3,1 bilhões, 234 lojas, Ebitda ajustado de R$ 197 milhões e caixa de R$ 232 milhões também em 2023.

Sérgio Zimerman, presidente e fundador da Petz, será o presidente do conselho de administração  Foto: Alex Silva/Estadão

A operação está sujeita à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O mercado voltado ao varejo de animais de estimação, no entanto, é bastante pulverizado. Hoje, o terceiro colocado, a Petlove, tem faturamento estimado em pouco mais de R$ 1 bilhão.

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Caso efetivado, o acordo prevê evidentemente uma empresa com estrutura acionária diferente da atual. Sergio Zimerman, que tinha pouco menos de 30% do capital da Petz, passará a ter 14,9% da empresa combinada. Os cerca de 70% que estavam em free float (em negociação na bolsa) passarão para 35,1%. A soma de ambos equivalerá a 50% da nova empresa.

Do lado da Cobasi, a família Nassar tem 89,5% da companhia, o fundo de investimento Kinea, 7,8%, e outros investidores detêm 2,7%. Eles passarão a ter a outra metade da Petz/Cobasi combinada. O acordo de acionistas será celebrado entre Sergio Zimerman, a família Nassar e o Kinea.

Também ficou estabelecido que Zimerman indicará quatro membros do conselho de administração, enquanto a família Nassar e o Kinea indicarão outros cinco.

O Itaú BBA e o escritório Lefosse Advogados foram assessores da Petz. Do lado da Cobasi trabalharam o banco Morgan Stanley e o Pinheiro Neto Advogados.

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