RIO - A poucas horas de uma reunião em Brasília que pode decidir o seu destino, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, postou nas redes sociais o andamento de várias obras da companhia. Com o sugestivo título “O trabalho não para”, Prates tenta mostrar em cinco postagens que a estatal não está parada, e que vem seguindo as diretrizes do governo de investir e gerar empregos.
No Gaslub, ex-Comperj, em Itaboraí, no Rio de Janeiro, Prates mostrou que, quando entrar em operação, no segundo semestre deste ano, o volume de gás natural ofertado ao mercado vai crescer 20% em comparação ao volume atual, com o início da operação da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), que terá capacidade para 21 milhões de metros cúbicos diários.
O aumento da entrega de gás natural do mercado foi um dos primeiros atritos entre Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que estaria pedindo a saída do presidente da Petrobras após vários embates.
Também foram divulgados por Prates a situação das obras de expansão da Refinaria de Paulínia (Replan), em São Paulo, que envolve mais de 1 mil trabalhadores; das obras de aprimoramento ambiental e de sustentabilidade da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, São Paulo; as obras do novo FPSO P-78 da Petrobras, no Estaleiro Brasfels, que emprega 5 mil trabalhadores; e as obras da Unidade de Abatimento de Emissões da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, na região metropolitana do Recife, em Pernambuco, com mais de 1.200 trabalhadores envolvidos.
Leia também
Segundo fontes, o movimento tem por objetivo deixar claro que, mesmo que saia do cargo, o que ainda é dúvida no próprio governo, Prates quer mostrar que cumpriu o que prometeu. Retomou obras abandonadas pelo governo anterior, além de iniciar um processo de descarbonização das suas operações de refino.
Nesta segunda-feira, uma reunião em Brasília entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve discutir a situação de Prates. Também teriam sido chamados os ministros da Casa Civil, Rui Costa, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e de Comunicação Social, Paulo Pimenta. A especulação é de que o atual presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, seja convocado a substituir Prates.
