Normas dificultam acesso de idosos à tecnologia para realizar operações financeiras

Enquanto o mundo e os programas de governo caminham para o digital, PLs criam impeditivo para que pessoas 60+ tenham acesso à tecnologia nesses serviços

Por Itaú e Estadão Blue Studio
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A tecnologia está cada vez mais presente em nosso dia a dia. Seja para realizar operações simples e até as mais complexas. No entanto, projetos de lei e até leis em alguns Estados ou na esfera federal exigem a presença física do público acima de 60 anos para realizar alguns tipos de atividade financeira – como cartão de crédito, investimentos, inclusão de contas no débito automático, seguros e crédito consignado –, o que pode limitar o acesso desse público a produtos e serviços.

Os avanços digitais na gestão pública e no sistema financeiro e os entraves que ainda existem em algumas regiões do País para que todos possam se beneficiar deles são os temas do evento que será realizado pelo Estadão Blue Studio em parceria com o Itaú no dia 18 de agosto, às 9h, com transmissão ao vivo pelas redes sociais do Estadão.

Os programas de governo confirmam que o mundo caminha para o digital. Recentemente, o INSS passou por um grande processo de digitalização em que as provas de vida, para manutenção do recebimento de benefício, passaram a ocorrer de forma online, sem a necessidade de o aposentado sair de casa, utilizando tecnologias como biometria e reconhecimento facial. Outro exemplo é o Desenrola Brasil, que abre a possibilidade de renegociação de dívidas com os bancos. O programa prevê duas faixas de valor e uma delas terá contratação específica pela plataforma digital. No entanto, dada a necessidade de assinaturas físicas em algumas localidades, pessoas com mais de 60 anos poderão ter dificuldades para aderir ao programa.

Isso porque projetos de lei nas esferas estaduais e municipais preveem a assinatura presencial de contratos de crédito firmados por telefone ou pela internet por pessoas idosas. A intenção desses projetos é proteger o consumidor aposentado ou pensionista contra fraudes que possam reduzir o valor recebido mensalmente e assegurar que o contratante seja informado sobre o que está contratando.

Itaú  Foto: Getty Images

Aumento de segurança

É importante destacar que, apesar do aumento na digitalização no período da pandemia, houve queda significativa nos números de reclamações no Banco Central. Para se ter uma ideia, entre janeiro de 2020 e julho de 2021 foram 2,2 milhões de contratações pelos meios físicos, com 15,9 mil queixas registradas no BC. Em contrapartida, no mesmo período, as contratações por meios digitais totalizaram 3,6 milhões de operações e apenas 4,5 mil reclamações no Banco Central. Os dados mostram que as operações digitais têm se consolidado entre os clientes e provado que são um processo seguro.

Recentemente, mais uma medida de prevenção e segurança foi adotada pelo Banco Central, que publicou a Resolução Conjunta Nº 6, que entrará em vigor em 1o de novembro e prevê que as instituições devem compartilhar entre si os dados por meio de sistema eletrônico. Na prática, as instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central trocarão entre si informações, dificultando a ação de fraudadores.

Legenda: Dados mostram que as operações digitais têm se consolidado e provado que são um processo seguro.

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