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Opinião|Um raio-X dos cargos em alta em 2024

Para além dos números, badalada pesquisa do LinkedIn esconde reflexões importantes sobre a evolução de carreira e os rumos do mercado de trabalho no Brasil

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Por Tiago Mavichian

Não há como negar: as transformações cada vez mais aceleradas pelas quais o mundo passa refletem, de maneira quase instantânea, no âmbito profissional. Uma prova disso é o resultado da pesquisa Empregos em Alta 2024, realizada pelo LinkedIn e divulgada em meados de janeiro. Com base em dados dos usuários da rede, o levantamento mostra os 25 cargos que mais cresceram nos últimos cinco anos no país — e as competências necessárias para ocupá-los.

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No pódio, surgem analista de privacidade, analista de cibersegurança e executivo de vendas, exatamente nesta ordem. Há espaço ainda para piloto de drone, gerente de tráfego, psicólogo infantil e analista de sustentabilidade. Vale ressaltar que o estudo levou em conta a nomenclatura de cargos e a formação dos profissionais. Estágio, voluntariado e serviços temporários foram desconsiderados na análise.

Nas entrelinhas, a pesquisa revela tendências importantes sobre o futuro das carreiras e do mercado de trabalho. Informações como essas ajudam a orientar tanto jovens estudantes explorando possibilidades quanto profissionais mais maduros que estejam em profissões ameaçadas e buscando reskilling (requalificação para ocupar novas posições ou até mesmo migrar de área de atuação).

Pesquisa do LinkedIn em traz reflexões importantes sobre a evolução de carreira e os rumos do mercado de trabalho no Brasil. Foto: dusanpetkovic1 - stock.adobe.com

Elas também servem de termômetro para você, líder, analisar se as habilidades técnicas dos seus colaboradores seguem capazes de contribuir para o desenvolvimento da empresa e se sua empresa tem demandas de profissionais parecidas com as do mercado.

Fazendo uma análise macro, o primeiro destaque da pesquisa reforça o que já sabemos: o mercado de tecnologia continuará se expandindo em um ritmo apressado. Cargos relacionados à segurança da informação estão no topo da lista – assim como analista de dados e analista de suporte de TI. A demanda por essas carreiras seguirá em alta à medida que a tecnologia se torna cada vez mais transversal, espalhando-se pelos diferentes departamentos das empresas e por todos os segmentos da economia.

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Afinal, não são só as “techs” (fintechs, healthytechs, agrotechs, edutechs etc), com aplicativos, plataformas on-line e soluções disruptivas, que empregam profissionais de tecnologia. Qualquer indústria tradicional hoje precisa desses talentos.

Além da tecnologia, outra área que se mostra relevante na pesquisa do LinkedIn é a de negócios, com cargos como executivo de vendas, assessor de investimentos e diretor comercial no ranking de profissões mais promissoras do ano.

Isso indica que as graduações tradicionais como economia, ciências contábeis e administração, por exemplo, continuam garantindo uma boa empregabilidade. O mesmo acontece com o marketing, setor em expansão no qual os cargos de estrategista de mídias sociais e gerente de tráfego figuram entre os 25+. Existe ainda um aumento de oportunidades em áreas novas, como sustentabilidade, e em nichos – caso de psicólogo infantil e piloto de drone.

Como um número cada vez maior de jovens usa o quesito ‘oportunidade’ como principal critério na escolha do curso de graduação, esses dados são fundamentais para líderes e RHs que desejam ganhar a disputa pelos melhores talentos. Hoje, oferecer um cargo promissor é um ativo poderoso para atrair a geração Z

De acordo com a última pesquisa Carreira e Mercado, feita pela Companhia de Estágios, fatores intangíveis como a vocação vêm perdendo terreno como critério na escolha da graduação. E, embora existam hoje cerca de 400 cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), o estudo mostra que os estudantes brasileiros estão bastante pragmáticos na hora de apostar as fichas em um diploma, sendo o quesito “oportunidade” o principal aspecto avaliado por eles.

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E, ainda que a pesquisa da Companhia de Estágios confirme os dados do LinkedIn, mostrando que as efetivações acontecem mais entre alunos de cursos tradicionais, como engenharia, direito, administração e economia (justamente onde estão a maioria dos cargos em alta em 2024), uma graduação permite múltiplos caminhos. Um profissional de marketing não precisa restringir sua atuação a um escopo ou segmento. Ele pode fazer a diferença na indústria, no agronegócio, no setor de comércio e serviços. E, se quiser se especializar em um dos postos que sequer existiam cinco anos atrás, como o de analista de tráfego, precisará estar antenado nas movimentações do mercado e correr atrás das qualificações necessárias.

E é aí que entram os líderes. Zelar pelo desenvolvimento das pessoas e investir no aperfeiçoamento técnico delas, combinando os seus interesses pessoais com as necessidades do negócio, é o que fará a diferença no frenesi dos tempos atuais. Afinal, pivotar talentos internos para que ocupem as novas carreiras que surgem na organização leva menos tempo – e custa mais barato – do que trazer alguém de fora.

Opinião por Tiago Mavichian

CEO da Companhia de Estágios

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