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Aulas voltam em São Paulo a partir de 8 de setembro de forma escalonada

Governo estadual vai liberar primeiramente que 35% dos alunos voltem às escolas e depois 70%, até chegar nos 100%; todas as regiões paulistas precisam ficar ao menos 28 dias na fase amarela de flexibilização para reabertura

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Foto do author Renata Cafardo

SÃO PAULO - A volta às aulas em São Paulo será a partir de 8 de setembro, de forma gradual, primeiro com 35% dos alunos das escola, depois com 70% e em seguida com 100%. As regras valem tanto para o ensino infantil quanto para ensino fundamental, médio e superior. O decreto que será publicado pelo governo do Estado deve ser seguido pelas redes pública e privada.

Melhorar o sistema educacional público é fundamental para reduzir a desigualdade de renda no Brasil. Foto: Estadão

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Os estudantes terão de ficar a uma distância de 1,5m nas salas de aula e também no transporte escolar, com exceção das crianças de ensino infantil (0 a 5 anos). A estimativa é que 13 milhoes de estudantes estejam fazendo aulas online em São Paulo durante a pandemia. O governador Joao Doria (PSDB) apresentou nesta quarta-feira, 24, os detalhes do plano de abertura das escolas no Estado.

O plano não foi feito por região, ele é o mesmo para o Estado todo. Portanto, as escolas só poderão ser reabertas quando todas as regiões do Estado estiverem na fase amarela do plano de flexibilização por um período de 28 dias consecutivos. "O dia 8 de setembro é uma data de referência, se o Estado todo não estiver no amarelo nesta data e por todos esses dias, não voltam as aulas presenciais", disse ao Estadão o secretário de Educação, Rossieli Soares.

São Paulo até agora nunca esteve com todas as regiões no amarelo. Atualmente, cinco estão na fase vermelha, a mais restritiva e o restante, no laranja. A estimativa é que até setembro, a situação melhore, principalmente o interior, onde os casos de contaminação são mais altos nesse momento. Hoje, a capital, a Grande São Paulo e parte do litoral e do interior estão na fase laranja, que permite a reabertura de shoppings e lojas, por exemplo. Com o agravamento da pandemia no interior paulista, porém, algumas regiões voltaram para o nível vermelho, de restrição máxima, como Marília, Barretos e Registro.

Inicialmente, o governo havia pensado fazer a abertura das escolas em agosto, mas a divulgação do plano foi adiado porque Rossieli foi contaminado pela covid-19 e ficou duas semanas internado. Pela situação atual da pandemia do Estado, a data foi prorrogada para setembro. "Tudo que está sendo sendo discutido está sendo influenciado pelos número mais recentes."

Atividades de educação física, artes e correlatas podem ser realizadas com distanciamento e preferencialmente ao ar livre. Será obrigatório uso de máscara dentro da instituição de ensino o tempo todo para alunos acima de 2 anos de idade e funcionários, no transporte escolar e em todo o percurso de casa até a escola. As crianças serão proibidas de levar brinquedos de casa para a escola ou manipular alimentos em sala. Refeitórios e cantinas deve precisam ter distanciamento de 1,5 metro nas filas e proibir aglomeração nos balcões usando sinalização no piso.

Os sistemas de ensino municipais e escolas particulares vão ter liberdade para tomar decisões sobre que anos voltam antes, se as crianças mais velhas ou mais novas, por exemplo. Os 35% de alunos da primeira fase podem ser por meio de rodízio com todos os estudantes - como deve ocorrer nas escolas estaduais - ou escolhendo apenas uma ou duas séries para voltar. O importante é que a quantidade de crianças por dia na escola represente até 35% da capacidade escolar. "É importante todos terem a oprtunidade de ir para a escola para poder pegar e devolver atividades", diz Rossieli, justificando a escolha para a rede. Segundo ele, as salas nas escolas estaduais devem ter cerca de 15 alunos por dia.

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As escolas públicas e particulares devem providenciar atividades a distância para os estudantes que não estiverem na aula presencial.  Nas redes públicas, no entanto,  famílias de estudantes e os alunos têm enfrentado dificuldades para manter a rotina de aulas a distância.  Alguns Estados, segundo o Estadão apurou, darão preferencia ao 3º ano do ensino médio porque é mais fácil garantir regras sanitárias com adolescentes e porque estão no último ano de escola.

Inicialmente o Estado havia considerado dar prioridade à educação infantil por causa das mães trabalhadoras. Durante a coletiva, Rossieli disse  que está conversando com as prefeituras para haver algum tipo de proteção a essas mulheres que não podem voltar ao trabalho até setembro. Apesar do plano estadual de volta às aulas contemplar todas as etapas, segundo a legislação, a educação infantil é de responsabilidade da Prefeitura.

Ainda de acordo com o plano divulgado nesta quarta-feira, as aulas devem ocorrer com portas abertas, os recreios precisam ser escalonados para que nem todas as crianças estejam juntas no mesmo período de intervalo. A entrada e saída também devem ser organizadas de forma que não haja aglomeração e também não devem ser nos horários de pico. Aulas práticas e de laboratório só poderão ser realizadas para alunos que estão no último ano de curso superior ou técnico.

As instituições, tanto públicas quanto privadas, devem medir a temperatura dos estudantes antes de entrar. Crianças que tenham sintomas também não poderão frequentar as aulas.

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"É importante dizer que no caso da higiene pessoal, o governo vai disponibilizar os EPIs para os funcionários da educação. O uso de mascará será obrigatório, seja por funcionários ou estudantes, também no transporte escolar. Se o aluno não estiver de máscara, ele não poderá permanecer na escola. Os bebedouros estão proibidos. Os alunos terão copos próprios para beber água", explicou Rossieli.

Na rede estadual, o governo está se preparando para ofertar um 4º ano do ensino médio para apenas os alunos do 3º ano que quiserem continuar estudando em 2021. Feiras, seminários, competições, comemorações das escolas estão proibidas nas escolas públicas e privadas.

Universidades estaduais preveem retorno no 2º semestre com classes online

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As universidades estaduais paulistas - USP, Unicamp e Unesp - decidiram que vão retomar as aulas em agosto de maneira remota, conforme noticiou o Estadão na semana passada. A expectativa é de que todo o 2º semestre letivo seja cursado a distância. Também na última semana, o Ministério da Educação (MEC) liberou a rede federal de ensino superior para manter as atividades de forma online até o fim deste ano. 

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