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Greve nas universidades: entenda impasse sobre reajuste e divergência de propostas

Paralisação já acontece há 39 dias entre os docentes federais e 52 dias entre os técnico-administrativos

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Os sindicatos que representam os professores e servidores técnico-administrativos em educação das universidades federais anunciaram, nesta sexta-feira, 24, que não irão aceitar a proposta feita pelo governo federal de que não haja reajuste salarial neste ano. Portanto, os servidores darão continuidade à greve que já acontece há 39 dias entre os docentes e 52 dias entre os técnico-administrativos.

Paralisação em universidades e institutos federais já dura mais de um mês Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A proposta apresentada pelo governo federal, por meio do Ministério da Gestão, foi de um reajuste dividido em duas parcelas:

  • aos docentes: 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026
  • aos técnico-administrativos: 9% em janeiro de 2025 e 5% abril de 2026 .

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Foi também proposto um aumento do auxílio-alimentação para R$ 1.000,00 para as duas categorias ainda neste ano.

“Nos 4 anos, o ganho acumulado será de 28% a 43% dependendo da categoria, classes e titulação, considerando o reajuste de 9% concedido em 2023, e que incidem na folha deste ano. Em 2024, todos os servidores receberão auxílio-alimentação de R$ 1.000,00 - um aumento de mais de 150% em relação ao governo anterior”, afirmou o Ministério da Gestão, admitindo que esta seriam as propostas finais, após cinco rodadas de negociação.

As entidades sindicais criticam a “intransigência” do governo federal no processo de negociações. “Queremos seguir negociando e entendemos que há sim espaço no orçamento deste ano para comportar as demandas remuneratórias e de recomposição de investimentos nas instituições federais de ensino superior que vêm recebendo cortes atrás de cortes”, disse Gustavo Seferian, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que tem em suas bases 90% dos docentes das universidades federais, além de institutos federais (IFs) e Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs).

A contraproposta da Andes, que tem 58 universidades na greve dos professores federais, é de que seja dado um reajuste ainda em 2024, da seguinte forma:

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  • 7,06% de reajuste em 2024;
  • 9% de reajuste em janeiro de 2025;
  • 5,16% de reajuste em maio de 2026.

Os professores reivindicam ainda que, até o ano de 2026, sejam equiparados os benefícios (auxílio alimentação, saúde e creche) entre os servidores dos três Poderes da República, para “garantir a isonomia” e pedem que o governo “assuma o compromisso de considerar as perdas históricas da categoria para futuras negociações”.

Já os técnico-administrativos da educação, representados pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), ainda estão elaborando uma contraproposta mediante a última reunião feita com o governo.

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As entidades sindicais teceram críticas ao governo federal por considerarem que há uma tentativa de coibir a greve.

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