Reajuste da mensalidade escolar: como negociar descontos? Veja dicas

Aumentos equivalentes ao dobro da inflação deixam algumas famílias ‘apertadas’, mas é possível conseguir descontos

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Foto do author Isabela Moya

Com aumentos de 8% a 10% nas mensalidades escolares previstos para 2025 (cerca de duas vezes a inflação prevista para 2024), segundo levantamento da Explora Pesquisas Educacionais (Grupo Rabbit), a rematrícula vira um desafio para as famílias.

Um das dificuldades tem sido a inadimplência das mensalidades, o que trava a rematrícula. O índice de atrasos de mensalidades do ano vigente foi de 9,3% em agosto, ante 8,9% no mesmo mês do ano passado. Quando as parcelas estão em atraso, não é possível matricular o aluno para o ano seguinte.

Escolas não podem impedir alunos de ter acesso a todos os seus direitos acadêmicos mesmo em casos de inadimplência da mensalidade. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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A maior demora das famílias para a rematrícula é uma tendência desde a pandemia, diz o presidente da consultoria educacional Grupo Rabbit, Christian Coelho. “Cada vez mais, os pais demoram para realizar as renovações, resultado que aumenta os alunos que se matriculam em março e abril”, afirma.

Em casos de inadimplência da mensalidade, a escola não pode impedir o acesso do aluno aos seus direitos acadêmicos no ano vigente, como participar das aulas, atividades pedagógicas e provas ou emitir certificado de conclusão, boletins e documentos. No entanto, o alunos não pode ser rematriculado até que os débitos sejam quitados.

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Para os pais que precisam negociar o valor da rematrícula ou das mensalidades do próximo ano, a assessora do Procon-SP Patrícia Dias sugere entrar em contato com a administração da escola e marcar negociação pessoalmente. Ela dá algumas dicas para tentar abatimentos ou reduzir custos:

  • em caso de irmãos ou primos matriculados, peça descontos (quanto mais alunos, mais descontos);
  • solicite a isenção ou parcelamento da taxa de matrícula;
  • negocie a isenção da taxa de material didático ou veja se é possível usar o material doado por alunos dos anos anteriores;
  • veja a possibilidade de bolsa de estudos pelo histórico de desempenho acadêmico ou por meio de um concurso de bolsas.

É importante que os pais façam a pesquisa entre escolas similares e levem os valores da concorrência para a conversa.

Caso haja a possibilidade financeira, pode-se negociar um desconto na anualidade para adiantamento das mensalidades do trimestre, semestre ou até de todo o ano.

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A assessora do Procon-SP Patrícia Dias lembra ainda que não há porcentual máximo de reajuste estabelecido pela lei, mas o aumento não pode ocorrer em um período inferior a 12 meses e precisa ser divulgado até 45 dias antes da data final da matrícula para que os pais se organizem financeiramente ou mesmo procurem a transferência para outra instituição.

Todas as escolas precisam demonstrar em uma planilha quais os investimentos feitos e a variação de custos que justificam o aumento, explica a assessora do Procon-SP.

“O que acontece, como prática corriqueira no mercado de consumo, é que as instituições escolares, em razão de ter dois a mais filhos no mesmo estabelecimento, dão desconto ou concedem bolsa até determinado porcentual para o segundo filho, por exemplo. Mais do que tudo é uma forma de fidelização para não perder aluno porque o concorrente vai dar bolsa, desconto”, completa.

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