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Comportamento, consumo e estilo masculino

Cannabis, PET, algodão orgânico e nanotecnologia já estão presentes no varejo de moda

O futuro da roupa é tecnológico – e isso já é uma realidade

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Por Eduardo Vilas Bôas
Atualização:
Hemp Blue é uma marca americana premium de denim Foto: Estadão

Na década de 1960 três importantes estilistas, Andre Courreges, Paco Rabanne e Pierre Cardin, compunham a famosa Space Age, os quais idealizaram um mundo futurista robotizado, metalizado e repleto de materiais sintéticos.

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Hoje, ao vivermos esse futuro, vemos que a roupa é muito mais comum em termos de forma àquilo que eles mesmos viviam na década de 1960, variando apenas no uso de materiais, que, para surpresa de muitos, tem sido mais natural do que sintético, mais opaco do que metalizado e, sobretudo, mais orgânico do que robotizado.

Os tecidos alternativos e inteligentes já são uma realidade no varejo de moda e muitas novas opções ainda estão em estudos nos laboratórios de universidades e indústrias têxteis. Por isso, compilei cinco das principais inovações que podem ser compradas agora mesmo para fazer parte do seu guarda-roupa. Confira.

Tecido feito de Cannabis: a polêmica planta Cannabis tem fornecido fibras para produção de um tecido chamado cânhamo há décadas, que diferentemente da flor da Cannabis, conhecida como maconha, tem por exigência da Convenção de Narcóticos da ONU níveis baixíssimos de THC, a substância psicoativa que dá barato no uso recreativo. Várias marcas já comercializam peças de moda a artigos esportivos com o cânhamo, como Calvin Klein, Ralph Lauren, Giorgio Armani e The Body Shop, haja vista ser esta uma fibra muito superior ao algodão em relação a resistência, respirabilidade da pele, função antibacteriana e sustentabilidade (já que quase dispensa uso de agrotóxicos).

Tênis Adidas Kiel Hemp (R$235) Foto: Estadão

Tecidos inteligentes: você já viu como preço de roupas esportivas muda muito de uma marca para outra? Pois é, quando você paga baratinho você está levando uma peça de poliéster para casa, que apesar de bonitinha não agrega em nada ao seu treino, ao contrário, pode aumentar a temperatura corpórea, a sudorese e até produzir odores desagradáveis. Os tecidos para o segmento fitness talvez sejam os mais tecnológicos na atualidade, por isso, leia as tags dos produtos que compra e entenda quantos benefícios você pode estar comprando. Tecnologias como easy-care, tecidos com filtro anti-UV, transporte de suor, secagem rápida, alta compressão, antibacteriano, anti-odor etc. A marca Mizuno lançou as calças e bermudas Run Biogear que diminuem o atrito entre pernas para os corredores, além de ter a tecnologia powermesh, que inibe os impactos e vibrações na musculatura durante o exercício.

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Mizuno Run Biogear (R$165) Foto: Estadão

Tecidos reciclados: a empresa Vicunha Têxtil lançou a linha Eco Recycle, baseada no conceito de desperdício zero, os artigos são produzidos com aparas de tecidos, resíduos do processo de fiação e sobras de fios. Além do reuso de materiais, a produção desses tecidos conta com tecnologia de ponta nos processos de tingimento e acabamento, os quais minimizam o impactam ambiental e aumentam a qualidade dos artigos produzidos.

Tecidos a base de PET: Polietileno tereftalato (PET) é um polímero termoplástico desenvolvido durante a II Guerra Mundial para fornecer matéria-prima abundante e resistente para os soldados, mas, somente na década de 1970 é que começou a ser usada na produção de embalagens. De lá para cá tornou-se um vilão do meio ambiente e, uma solução encontrada para minimizar os descartes, foi a reutilização do PET junto do algodão para produção de novos tecidos. Hoje há várias marcas que comercializam camisetas, camisas, calçados e até peças em jeans com esse tecido ecológico, tais como Osklen, Vila Romana, Lucy and The Sky e Asics. O toque final e o caimento das peças são exatamente iguais ao um produto correlato em 100% algodão, com a diferença que tecidos a base de PET podem utilizar até 2 garrafas para produzir uma camiseta, além de gerar emprego e renda para cooperativas de catadores.

T-Shirt Masculina PET Pocket Osklen (R$197) Foto: Estadão

Algodão orgânico: essa matéria-prima é sinônimo de vida, saúde, manejo sustentável e moda. Sim, roupas a base de algodão orgânico há muito deixaram de ser caretinhas e apagadinhas. A produção de algodão convencional contempla uma inserção enorme de substâncias químicas nocivas que vão desde o plantio, passando pela produção do tecido até o tingimento. A moda, no entanto, tem inserido design e agregado valor a uma matéria-prima até então pouco valorizada e usada. Hoje, as maiores consumidoras de algodão orgânico do mundo são grandes corporação do mundo da moda, como H&M, C&A, Nike, Puma, Adidas, Target e Zara.

Coleção da marca alemã Hessnatur. Foto: Janosch Mallwitz
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