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Uma alimentação consciente no paraíso da comilança

Pesquisas recentes comprovam que o vegetarianismo faz bem à saúde

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Por Juliana Carreiro
Atualização:

 

A preocupação com o meio ambiente, com os direitos dos animais e com a saúde tem atraído um número cada vez maior de brasileiros para o vegetarianismo. Pesquisa feita pelo IBOPE e encomendada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) aponta que atualmente, 14% dos brasileiros se declaram vegetarianos, são 30 milhões de pessoas. Esse número dobrou desde a última pesquisa, realizada em 2012. Em grandes capitais como São Paulo, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro este percentual sobe para 16%. Aqui vamos sempre falar sobre alimentação e saúde. E hoje reuni uma série de pesquisas científicas recém finalizadas, de várias partes do mundo, que comprovam os benefícios de rotinas alimentares com prevalência de proteínas de origem animal.

 

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Recentemente aconteceu nos Estados Unidos a 'Nutrition 2018' que é principal reunião inaugural da American Society for Nutrition, onde foram apresentados diversas científicas internacionais sobre alimentação e saúde. Entre eles,um estudo europeu do Centro Universitário Erasmus com quase 6.000 pessoas com base na Holanda, que concluiu que aqueles que ingeriram mais proteína vegetal e menos proteína derivada de animais mostraram um risco menor de desenvolver doença coronariana durante um período médio de acompanhamento de mais de 13 anos.

 

A Faculdade de Saúde Pública da USP, apresentou um estudo feito com 4.500 adultos brasileiros que concluiu que as pessoas que consumiam regularmente mais proteína baseada em vegetais tinham quase 60% menos chance de apresentar placa nas artérias do coração do que os que consumiam mais proteína animal. Esse acúmulo de placa costuma ser usado para avaliar o risco de doença cardíaca. Outra pesquisa, realizada pela Escola de Saúde Pública do Instituto Milken da Universidade George Washington, comprovou que os sul-asiáticos que vivem nos EUA e seguem uma dieta vegetariana apresentam menor número de fatores de risco para doenças cardíacas e diabetes, incluindo menor índice de massa corporal, menor circunferência abdominal e menor quantidade de gordura abdominal, menor colesterol e menor índice de açúcar no sangue do que pessoas do mesmo grupo demográfico que comiam carne.

 

Um estudo realizado com aproximadamente 30.000 adultos norte-americanos pela Escola Friedman de Ciência e Política de Nutrição da Universidade Tufts, dos EUA, mostrou mais uma vez a importância da escolha certa dos alimentos para uma vida mais saudável. E garante que aqueles de origem vegetal são mais benéficos para o organismo do que os de origem animal e podem até reduzir o risco de mortalidade de algumas doenças. A pesquisa comprovou que rotinas alimentares ricas em vegetais diminuíram a mortalidade causada por algumas doenças em 30%, principalmente entre aqueles com condições crônicas de saúde. Por outro lado, aqueles cuja alimentação tem mais prevalência de proteína animal tiveram pouco efeito sobre a mortalidade.

 

Se você é vegetariano ou pretende diminuir a quantidade de carne vermelha é bom lembrar que não basta reduzir esse consumo, se continuar a comer poucos vegetais. Isso é muito comum entre boa parte dos vegetarianos, cujo cardápio se baseia em massas, leite e queijos. É fundamental abrir o leque e variar bastante o cardápio para conseguir a qualidade e a quantidade de nutrientes necessários para substituir as proteínas de origem animal. Mas não é difícil, basta voltar para a comida do tempo da vovó, com um belo prato de arroz, feijão, verduras e legumes, com uma fruta de sobremesa. A mistura do arroz com feijão, ou com qualquer outra leguminosa (lentilha, ervilha, grão de bico) resultam em um aminoácido semelhante ao que seria oferecido pelas proteínas animais. Além disso, você também pode usar e abusar da quinua e do amaranto, que ainda não são tão populares por aqui, mas são excelentes fontes de proteínas vegetais. Os cogumelos também são ótimas opções. Há apenas uma vitamina que conseguimos somente com o consumo de carne animal, a vitamina B12. Mas se você precisar, basta consultar um nutricionista, que irá suplementa-la corretamente.

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Se você quer mais informações sobre a reunião e sobre cada uma das pesquisas, é só acessar o site https://meeting.nutrition.org/

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