As regras do COI são claras: nenhum sinal político, comercial ou religioso deve fazer parte da cerimônia de medalhas nos Jogos Olímpicos. No sábado, quando Neymar subiu ao pódio para receber sua medalha de ouro, a faixa "100% Jesus" chamou a atenção de muitos membros do Comitê Olímpico Internacional.
Ao Estado, o diretor-executivo da entidade, Christoph Dubi, informou que uma carta será enviada à delegação brasileira para protestar e relembrar os dirigentes que tais procedimentos não são aceitáveis. "Faremos uma carta", disse. Mas uma punição não está sendo prevista.
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Dirigentes, numa reunião do COI na manhã deste domingo no Rio, admitiam que a manifestação religiosa havia sido "um deslize" do jogador e de seus superiores. Mas, diante da festa no Rio, não haveria como o impedir de usá-la. Agora, a ordem é a de fazer "vista grossa" a uma punição para não estragar a imagem da entidade e dos Jogos.
Hoje, apesar de lamentar a situação, ninguém na 'família olímpica' está disposto a manchar a medalha brasileira com um caso disciplinar de um de seus jogadores. "Tomamos nota do fato", declarou ao Estado Mark Adams, porta-voz do COI.
Issa Hayatou, ex-presidente da Fifa e membro do COI, não deixou de destacar a festa brasileira no Maracanã. "Foi como uma final da Copa do Mundo e certamente para alguns têm o mesmo valor quando ela é vencida dessa maneira", declarou. Entre os dirigentes, a esperança agora é de que se reforce as mensagens aos atletas para que evitem esse tipo de manifestação religiosa.
Durante os últimos 16 dias, o COI ainda teve de abrir mão de uma de suas regras: a de impedir qualquer manifestação política por parte de torcedores. A Justiça brasileira acabou autorizando a liberdade de expressão dentro dos estádios e ginásios olímpicos.