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Opinião|Santos se apequenou e não pode vacilar na Série B

Equipe da Baixada terá um ano desafiador e preocupante; por ora, time é um grande ponto de interrogação

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

O Santos terá uma temporada preocupante em 2024. E desafiadora. Seu maior objetivo é voltar para a primeira divisão, custe o que custar. Torcedores do próprio time e de outros dizem informalmente que o clube pode permanecer na Série B por muito tempo, dada a bagunça que foi em 2023 e anos anteriores, sempre flertando com a queda. O Santos se “apequenou”.

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Para sair dessa condição, foi buscar a experiência de um antigo presidente, Marcelo Teixeira, e o trabalho do técnico Fábio Carille, que começou bem sua carreira, mas depois foi seduzido pelo dinheiro estrangeiro e agora volta para recomeçar no futebol brasileiro. Ele era bom. Agora, terá de se provar numa divisão em que tudo é mais complicado e difícil, em que os rivais brigam de igual para igual e são sempre fortes em seus estádios.

A Série B é mais equilibrada, com os times tendo receitas parecidas e elencos que se equivalem. Detalhes colocam um clube para cima e outros para baixo. Há de se pensar também, como no Brasileirão, nas 38 rodadas. É um torneio longo, em que os times começam bem, mas perdem o fôlego. Há muitas negociações com seus jogadores também. A Segundona é sempre uma vitrine e a necessidade de fazer dinheiro não é desperdiçada.

Fábio Carille terá a dura missão de reconstruir a equipe do Santos para a disputa da Série B. Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/ Santos FC

O Santos terá de entrar nesse jogo para subir. O time da Vila, pela sua tradição e por ter tido Pelé, é uma das bandeiras mais pesadas do campeonato. Todos vão querer ver o Santos em ação. Mas ele não é nem de longe o único a sonhar com o acesso. São quatro vagas. O time de Fábio Carille não precisa ser campeão. Tem de terminar a 38ª rodada entre esses quatro primeiros. Só isso. Tem de ser melhor do que outros 16 rivais.

Tomara que a torcida não atrapalhe como atrapalhou em determinados momentos neste ano. Tomara que o novo presidente não se perca na troca de treinadores a cada três meses. Tomara que o dinheiro apareça e seja usado de forma inteligente. Tomara que o treinador não se atrapalhe com o time, consiga trabalhar sem pressão e não tenha seus melhores jogadores negociados no meio da competição.

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O Santos, por ora, é um grande ponto de interrogação. Nesse primeiro momento, da retomada e do planejamento, tudo está nas mãos de Marcelo Teixeira, do seu homem do futebol, Alexandre Gallo, e do treinador Carille. Essa comunhão precisa estar afinada para não perder tempo e montar um time competitivo. Não precisa ser um Santos brilhante, mas tem de ter sangue nas veias e disposição para ajudar.

A torcida terá papel importante em uma divisão em que nunca esteve. Tem de abraçar o time mesmo não querendo, dar ânimo aos jogadores nos momentos mais duros e tremular sua bandeira em todos os jogos com confiança. Mas todo mundo sabe que serão os jogadores a levar o Santos de volta para a Série A. Então, é preciso fazer um elenco de “homens” e não de moleques, de atletas que queiram correr por um prato de comida e não baixar a cabeça durante os 90 minutos. A técnica é sempre importante para ganhar jogos, mas na Série B, a raça conta muito.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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