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Jornal revela papel de Blair sobre publicidade de tabaco na F-1

Documentos revelam que ex-primeiro-ministro pediu que seus assessores isentassem a categoria da proibição

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Por Redação
Atualização:

O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair interveio pessoalmente para que as corridas de Fórmula 1 ficassem isentas da proibição da publicidade de tabaco em todos os eventos esportivos após se reunir com Bernie Ecclestone, presidente da categoria, revelou neste domingo, o The Sunday Telegraph.   A publicação teve acesso a documentos oficiais sobre o escândalo, um dos mais famosos do Governo de Blair. Em 1997, ele anunciou que as corridas de Fórmula 1 ficariam isentas dessa proibição.   Cinco dias depois, Ecclestone tornou pública a doação de um milhão de libras (quase 1,5 milhão de euros) feita aos trabalhistas, partido do ex-primeiro ministro, antes das eleições gerais de maio daquele ano.   O Governo sempre argumentou que a reunião com Ecclestone não teve influência na decisão. Entretanto, os documentos oficiais revelam que Blair pediu que seus ministros encontrassem fórmulas para isentar a categoria desta medida imediatamente depois do encontro, em 16 de outubro de 1997.   Segundo a versão oficial, a decisão foi tomada em conjunto com o Ministério da Saúde, numa data posterior. No entanto, segundo o "Daily Telegraph", a algumas horas da reunião o primeiro-ministro ordenara a seu chefe de Gabinete, Jonathan Powell, que informasse à então secretária de Saúde Pública, Tessa Jowell, sobre sua decisão.   No dia seguinte, Jowell foi informada por escrito de que o primeiro-ministro gostaria que fossem encontrados meios para conseguir a revogação permanente "para um esporte em particular, a Fórmula 1".   Em 24 de outubro, ela propôs opções a Blair, incluindo a idéia da isenção. Cinco dias mais tarde, ela recebeu uma carta segundo a qual a opinião (do primeiro-ministro) continuava sendo a de que "se deveria buscar negociar uma isenção permanente para a Fórmula 1".   Depois, a secretária escreveu à União Européia (UE) para expressar seu ponto de vista, segundo os documentos, preparados por funcionários que trabalhavam para a então secretária de Saúde Pública. No entanto, Blair sustentou que a decisão foi tomada em 5 de novembro.  

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