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Pesquisa falsa atribuída ao Datafolha diz que 'desejo de votar em Lula chega a 49%'

Instituto nega a autoria do levantamento de intenção de voto

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Por Redação
Atualização:
 

checagem abaixo foi publicada pelo Projeto Comprova. A verificação foi realizada por uma equipe de jornalistas do SBT e Bandnews FM. Outras redações concordaram com a checagem, no processo conhecido como "crosscheck": Gazeta Online, Poder 360, Jornal do Commercio e UOL.

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Projeto Comprova é uma coalizão de 24 veículos de mídia com o objetivo de combater a desinformação durante o período eleitoral. Você pode sugerir checagens por meio do número de WhatsApp (11) 97795-0022.

É falso o documento que circula desde o final de agosto, principalmente pelo Whatsapp, chamado "Eleições 2018 - Datafolha Brasil" (data folha setembro 2018.pdf). O documento tem três páginas e destaca no título do relatório "Desejo de votar em Lula chega a 49%: No cenário sem o petista, Fernando Haddad (PT) lidera, Jair Bolsonaro (PSL) mantém segunda posição e cai o índice de Geraldo Alckmin (PSDB)". O diretor geral do Datafolha, Mauro Paulino, confirmou ao Comprova que a pesquisa é falsa e que a primeira pesquisa do mês é a divulgada na segunda-feira, dia 10 de setembro.

O levantamento falso é apresentado como um relatório interno do Datafolha, com os resultados da pesquisa de intenção de voto para presidente da República realizada "após o início oficial do período eleitoral", no mês de setembro de 2018, apontando cenário a favor da chapa do PT.

Além disso, são apresentadas a "Intenção de voto estimulada para presidente 2018 - 1º turno (estimulada e única, em %)", com duas tabelas que destacam a 'situação A' e 'situação B" datados de 1º e 2 de setembro de 2018, e os dados distorcidos que favorecem os candidatos a presidente e a vice-presidente pelo PT.

O documento carece de informações básicas, como a data específica do começo e término da pesquisa, o número do registro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), informações sobre número de pesquisados e o período do levantamento e regiões ou locais da pesquisa. O falso documento é vago nesse aspecto e apenas informa que a pesquisa começou "após o início oficial do período eleitoral". Também não há menção à data de término do levantamento.

O TSE informa em seu site que toda a pesquisa deve ser registrada obrigatoriamente em seu sistema próprio. Nele, a empresa pesquisadora se compromete a fornecer informações sobre a divulgação dos resultados das pesquisas, o período de coleta de dados, a margem de erro, o nível de confiança, o número de entrevistas, o nome da entidade ou da pesquisa que a realizou e, se for o caso, de quem a contratou e o número de registro da pesquisa. As informações para a realização da pesquisa podem ser alteradas em até cinco dias após o registro. Além disso, o TSE ainda oferece, na seção "Pesquisas Eleitorais - Eleições 2018", acesso para que qualquer cidadão faça consultas às pesquisas realizadas.

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Levantamento cancelado

No começo do mês, o Datafolha cancelou o registro de pesquisa eleitoral nacional que seria realizada entre os dias 4 e 6 de setembro devido à decisão do TSE, que rejeitou o registro de candidato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O registro com o código 02553/2018 foi feito na sexta-feira, 31 de agosto, antes do final da votação do TSE que vetou a candidatura de Lula, na madrugada de sábado (1º).

Penalidades

O Tribunal Superior Eleitoral ressalta que a divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime que pode ser punível com detenção de seis meses a um ano e multa cujo valor pode variar de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00.

O conteúdo também foi verificado pela agência Aos Fatos e pelo portal de economia Infomoney.

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