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Tabela forja dados sobre abstenções, brancos e nulos no segundo turno em São Paulo

Números citados em imagem que circula no WhatsApp e no Facebook são muito maiores que os reais

Por Tiago Aguiar
Atualização:

Uma tabela com dados falsos da eleição municipal deste ano na cidade de São Paulo circula nas redes sociais. A peça informa que no segundo turno abstenções, brancos e nulos somaram 61,09% do total de eleitores. No entanto, os números de votos nulos e em branco mostrados na tabela estão errados.

Os valores corretos são 273.216 votos em branco (3,04% em relação ao total de eleitores aptos) e 607.062 votos nulos (6,75%). A partir dos dados corretos, a proporção de brancos, nulos e abstenções é de 40,6%, e não de 61,09%.

 Foto: Estadão

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O porcentual informado de votos para os candidatos Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) também está incorreto. Na verdade, 35,26% dos eleitores paulistanos votaram no tucano, e não 23,1%; Boulos foi escolhido por 24,12%, e não 15,81%. Os dados oficiais estão disponibilizados no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),

O índice de abstenção neste ano em São Paulo foi o maior num segundo turno desde a redemocratização. Mais de 2,7 milhões de eleitores (30,8%) não foram às urnas neste domingo.

Este conteúdo também foi checado pela Agência Lupa e pela AFP Checamos.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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