PUBLICIDADE

Hamas ameaça executar um refém para cada bombardeio de Israel

Acredita-se que haja cerca de 150 israelenses sendo mantidos reféns na Faixa de Gaza

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O grupo terrorista Hamas ameaçou, nesta segunda-feira, 9, matar os civis que estão sendo mantidos reféns em resposta aos bombardeios de Israel contra a Faixa de Gaza. Segundo comunicado do braço armado do grupo, será uma execução para cada bombardeio. Acredita-se que haja cerca de 150 israelenses mantidos reféns na Faixa de Gaza desde a incursão ao território de Israel.

PUBLICIDADE

Abu Obeida, porta-voz das Brigadas Qassam, braço armado do Hamas disse em um áudio divulgado na noite de hoje (horário local, início da tarde no Brasil) que a ameaça era uma resposta aos intensos ataques aéreos de Israel em áreas civis.

Israel passou a lançar bombas na Faixa de Gaza depois que o grupo terrorista atacou o território israelense e promoveu massacres de civis e de militares no último sábado, durante um feriado sagrado judeu. A facção lançou uma série de mísseis que atingiram grandes cidades israelenses e enviou combatentes pela fronteira para o sul de Israel, onde tomaram bases e capturaram os reféns.

Israelenses capturados do Kibbutz Kfar Azza são levados para dentro de Gaza por terroristas do Hamas Foto: Hatem Ali/AP

“Decidimos pôr fim a isto e, a partir de agora, declaramos que qualquer ataque ao nosso povo nas suas casas sem aviso prévio será lamentavelmente confrontado com a execução de um dos civis que mantemos como reféns”, disse o porta-voz.

Numa declaração em vídeo, o ministro das Relações Exteriores de Israel alertou o Hamas sobre as consequências de ferir qualquer um dos reféns. Eli Cohen disse que Israel está empenhado em trazer os reféns para casa “no espírito de responsabilidade mútua”.

“Exigimos que o Hamas não prejudique nenhum dos reféns, disse Cohen. “Este crime de guerra não será perdoado”, acrescentou.

Além dos reféns do Hamas, o chefe do grupo palestino Jihad Islâmica, Ziad al-Nakhala, disse que sua facção mantém em cativeiro mais de 30 dos israelenses que foram sequestrados. Os reféns não serão repatriados “até que todos os nossos prisioneiros sejam libertados”, acrescentou al-Nakhala, referindo-se aos milhares de palestinos que estão em prisões israelenses.

Publicidade

Durante o fim de semana, espalharam-se vídeos nas redes sociais de israelenses sendo capturados pelo Hamas, entre eles mulheres e idosos. Um vídeo divulgado pela família de um casal sequestrado, mostra os dois sendo sequestrados por terroristas do Hamas no local em que ocorria um festival de música alvo de ataques.

Mais tarde, o próprio Hamas publicou um vídeo em que Noa Argamani, 25, aparece bebendo água num sofá, já em cativeiro, usando as mesmas roupas do momento em que foi sequestrada. Em entrevista ao jornal The New York Times, a família da vítima confirmou o ocorrido. Um parente afirma que o vídeo mostra Argamani e seu namorado, Avinatan Or.

O casal estava num festival de música com cerca de 3.500 pessoas a menos de 5 quilômetros da fronteira de Israel e Gaza, onde mais tarde foram encontrados 260 corpos.

A retaliação de Israel aos atentados terroristas perpetrados pelo Hamas envolverá um cerco total à Faixa de Gaza, seguido, provavelmente, de uma incursão militar, anunciou o governo nesta segunda-feira.

Em paralelo a um pesado bombardeio do território palestino, o Exército de Israel retomou o “controle total” das localidades do sul de Israel atacadas desde o início da ofensiva. O número de mortos pelo Hamas em Israel chegou a 800 e o de palestinos em Gaza, a 560. Já passagem de 2400 o número de feriados do lado israelense e 2900 do lado palestino, segundo ambas autoridades.

“Temos controle das comunidades”, declarou o general Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelense, em uma declaração televisionada à imprensa, acrescentando que “ainda pode haver terroristas na área”.

Soldados israelenses e civis se protegem após aviso sonoro de disparo de foguetes da Faixa de Gaza, em 9 de outubro Foto: Ohad Zwigenberg/AP

O ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, prometeu deixar os 2,3 milhões de palestinos que vivem no enclave sem eletricidade, comida, água, e gás.

Publicidade

As forças israelenses lançaram centenas de ataques aéreos contra Gaza desde a incursão, incluindo um hoje que destruiu um mercado no norte de Gaza, matando dezenas de pessoas.

Autoridades israelenses dizem que os ataques tiveram como alvo locais ligados ao Hamas. Autoridades da ONU e da Palestina dizem que um hospital, casas e mesquitas foram atingidos.

Ao mobilizar 300.000 reservistas, Israel enviou tropas e tanques para o sul para se preparar para o que as autoridades militares disseram que seria a próxima fase da guerra, que, segundo analistas, poderia envolver uma invasão terrestre de Gaza.

Mas parecia improvável que tal operação começasse até que Israel assegure o seu próprio território, e o seu momento e escala permanecem obscuros porque o Hamas e outros combatentes mantêm muitos israelenses reféns./AFP, AP e NYT

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.