LIMA - Ao final de uma das mais disputadas eleições presidenciais da região, autoridades eleitorais peruanas anunciaram nesta quinta-feira oficialmente Pedro Pablo Kuczynski como presidente eleito do país. Com 100% dos votos apurados, PPK, como o economista de 77 anos é conhecido, obteve 50,12% dos votos no segundo turno da eleição presidencial, no domingo.
Sua adversária, Keiko Fujimori – filha do ex-presidente Alberto Fujimori –, conquistou 49,88%, de acordo com o boletim do Escritório Nacional de Processos Eleitorais (Onpe, na sigla em espanhol), organismo técnico da Justiça Eleitoral peruana.
Em termos absolutos, a diferença entre os dois foi de pouco mais de 40 mil, num universo de mais de 17 milhões de votos.
Algumas dezenas de partidários de Keiko manifestaram-se diante da sede do Onpe para denunciar uma suposta fraude. Mas nenhum dos dois candidatos nem suas equipes apresentaram evidências que pudessem respaldar essas insinuações.
Kuczynski, ex-ministro e ex-economista do Banco Mundial, fez um pronunciamento, já como presidente eleito, ontem à noite. Ele se manifestou disposto ao diálogo. "Recebemos esse veredicto com muita modéstia, pois o Peru tem muitos desafios pela frente, queremos um país unido, conciliado, pronto para dialogar", disse em seu discurso a partidários e jornalistas.
O Onpe finalizou o trabalho de apuração ontem à tarde, após quatro dias de suspense, durante os quais os boletins apresentavam diferenças menores de 1 ponto porcentual em favor de PPK.
As últimas atas chegaram de uma zona amazônica que é a maior produtora de cocaína do Peru e onde ainda atuam os últimos membros da guerrilha Sendero Luminoso. Na quarta-feira tinham chegados as atas eleitorais vindas do exterior.
Kuczynski venceu a eleição após uma reação na reta final da campanha. Keiko tinha obtido mais votos no primeiro turno e aparecia à frente em várias pesquisas de intenção de voto, embora por margem estreita.
O partido de Keiko obteve 73 das 130 cadeiras do Congresso unicameral, enquanto a legenda de PPK conquistou apenas 18. Um indulto ao pai de Keixo, preso por corrupção e violação de direitos humanos, pode se converter em moeda de troca na negociação de um acordo de governabilidade. / AP
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