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Sérvios podem entregar outros acusados à Justiça

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governo da República Sérvia da Bósnia (Srpska) aprovou um projeto de lei para extradição de Radovan Karadzic e Ratko Mladic - os dois ex-dirigentes servo-bósnios mais procurados pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia por crimes de guerra e genocídio, informou nesta quarta-feira o primeiro-ministro servo-bósnio Mladen Ivanic. Ele vai reunir-se nesta quinta-feira com a promotora-chefe do TPI, Carla Del Ponte, que liderou a luta para entrega do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic ao tribunal de Haia. O projeto de lei servo-bósnio será submetido ao Parlamento. Embora Ivanic acredite na sua aprovação, analistas de política locais acham muito difícil. "A lei será rejeitada da mesma forma como ocorreu em Belgrado", disse um deputado servo-bósnio. Ivanic assegurou que desconhece o paradeiro de Karazic (ex-presidente de Srpska) e Mladic (ex-chefe do Exército). "A última vez que vi Mladic foi em 1994 e Karadzic, em 1996." Mas, segundo a promotora Del Ponte, as autoridades de Srpska não só conhecem o paradeiro de ambos como dão proteção a eles e a outros 20 procurados pelo TPI por atrocidades cometidas contra muçulmanos e croatas durante o conflito da Bósnia (1992-1995). "Srpska continua sendo um porto seguro para os criminosos de guerra", lamentou ela. Ivanic está acompanhado da ministra da Justiça, Biljana Maric. Ele admitiu que a entrega de Milosevic ao TPI pelo governo da Sérvia criou uma nova situação em Srpska, tornando menos sinuoso o caminho da cooperação com a Justiça internacional. Ivanic disse que, no caso da aprovação da lei, a polícia servo-bósnia vai precisar da ajuda das forças de paz da ONU na região para capturar Karadzic e Mladic. Segundo a rede de televisão de Srpska, Karadzic estaria pensando em entregar-se ao TPI para testemunhar contra Milosevic. Em troca dessa colaboração com o tribunal de Haia, ele estaria exigindo uma pena diminuta. A promotora-chefe, Carla Del Ponte, não comentou a versão, mas confirmou que viajará para os Bálcãs ainda esta semana. Em Belgrado, a imprensa local noticiou que Mirjana Markovic quer visitar "Slobo", como ela chama o marido Milosevic, na prisão holandesa. A chanceleria holandesa prometeu estudar o pedido de visto, "quando ele for oficialmente apresentado pela interessada". Em 1998, a União Européia proibiu a circulação dos Milosevics pelos países da comunidade. Mas a Holanda, como sede do TPI, tem por obrigação facilitar a visita aos presos.

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