WASHINGTON - O presidente Donald Trump teve a maioria dos votos na Flórida, segundo projeções da AP, e ganhou fôlego na corrida à reeleição. O Estado tem 29 delegados no colégio eleitoral, o terceiro maior número do país, e era condição determinante para o republicano se manter com chances frente ao democrata Joe Biden. Desde 1996, o candidato que tem a maioria dos votos no Estado é também o vencedor da eleição presidencial e a vitória ali costuma ganhar por margens apertadas.
Dos Estados competitivos, o republicano ganhou também Iowa e Ohio, segundo projeção do New York Times. Ohio é considerado um termômetro dos votos no Meio-Oeste.
Trump mostrou força no sul da Flórida, onde estão concentrados os latinos, com mais votos no condado de Miami-Dade do que recebeu em 2016. Já Biden conquistou o norte do Estado, região de Jacksonville, onde Trump ganhou na última eleição.
Biden ainda tem mais rotas para conquistar a marca de 270 delegados do que Trump teria se perdesse a Flórida, mas o resultado mostra aos democratas que a disputa está mais competitiva do que eles gostariam. Mais cedo, o democrata chegou a dizer que a disputa estaria encerrada se ele ganhasse a Flórida.
Em 2016, Trump foi eleito com 49% dos votos da Flórida. O Estado vota ora por democratas ora por republicanos por uma diferença apertada. Em 2000, George W. Bush venceu a presidência graças a 537 votos a mais do que Al Gore no Estado.
Na campanha deste ano, Biden e Trump disputaram o voto dos latinos e dos idosos do Estado. Trump tem apoio entre os cubanos e venezuelanos que vivem na região de Miami e Doral, no sul do Estado, onde a retórica antissocialismo do republicano tem força. Em contrapartida, Biden apostou na busca de apoio entre adultos com mais de 65 anos que reprovaram a condução da pandemia feita por Trump. Na reta final da campanha, com a queda no apoio entre o eleitorado idoso no Estado, o presidente fez acenos ao eleitorado e comícios na área decisiva.
Na Flórida, os votos antecipados pelo correio são contabilizados conforme recebidos nas seções eleitorais. O Estado também não aceita cédulas pelo correio depois da eleição. Isso fez com que o resultado no Estado fosse conhecido ainda nesta noite. Neste ano, os americanos bateram recordes no voto antecipado, com 101 milhões de cédulas enviadas antes do dia 3 de novembro, sendo 65 milhões pelo correio.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.