Ucrânia se diz preparada ‘a fazer tudo pela paz’ em negociações entre Kiev e EUA na Arábia Saudita

A reunião ocorre para aparar as arestas entre os dois países após uma crise entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Zelenski

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Por Redação
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JEDDAH- A Ucrânia está pronta para “fazer tudo pela paz”. Essa foi a declaração de Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, antes da reunião entre oficiais de Kiev e Washington em Jeddah nesta terça-feira, 11.

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O encontro ocorre para aparar as arestas entre os dois países após uma crise entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Zelenski. Trump enviou o secretário de Estado, Marco Rubio, e o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, para a Arábia Saudita, enquanto Kiev despachou Yermak e o chanceler da Ucrânia, Andrii Sibiha.

Antes de chegar a Arábia Saudita, Rubio afirmou que o principal objetivo da reunião era ver se Kiev estava “preparada para fazer coisas difíceis, como os russos vão ter que fazer coisas difíceis, para acabar com esse conflito ou pelo menos pausá-lo de alguma forma, forma ou formato”.

Delegações de Estados Unidos e Ucrânia se encontram na Arábia Saudita para negociar o acordo de minerais e o fim da guerra  Foto: Saul Loeb/AP

Apesar de Yermak ressaltar que Kiev quer uma “paz duradoura”, o chefe de gabinete de Zelenski apontou que a Ucrânia deseja garantias de segurança para evitar que a Rússia invadisse novamente no futuro.

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As delegações se encontraram por cerca de três horas pela manhã antes de fazerem uma pausa. A reunião deve continuar após o almoço.

Em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que os Estados Unidos informarão a Rússia sobre os resultados das negociações de Jeddah, que ele descreveu como uma “prática normal”.

O Kremlin não ofereceu publicamente nenhuma concessão. A Rússia afirmou que está pronta para cessar as hostilidades sob a condição de que a Ucrânia desista de sua tentativa de se juntar à Otan e reconheça as regiões que Moscou ocupa como russas.

O presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, conversa com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e com o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, em Bruxelas  Foto: Omar Havana/AP

Reconciliação

A reunião em Jeddah é uma oportunidade para a Ucrânia consertar o relacionamento com o governo Trump após um bate-boca entre o presidente americano e Zelenski no dia 28 de fevereiro, na Casa Branca.

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Kiev quer convencer Washington a retomar a ajuda militar à Ucrânia e o compartilhamento de inteligência. Oficiais do país do Leste Europeu afirmaram a Associated Press (AP) que a Ucrânia irá propor um cessar-fogo que cubra toda a região do Mar Negro, o que faria o transporte marítimo mais seguro e iria acabar com os ataques de mísseis de longo alcance que atingiram milhares de civis ucranianos. A Ucrânia também deseja realizar uma nova troca de prisioneiros com a Rússia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participa de uma reunião em Moscou, Rússia Foto: Mikhail Metzel/AP

Autoridades ucranianas destacaram a AP que a Ucrânia está pronta para assinar o acordo dos minerais com os EUA. Rubio disse que o acordo sobre terras raras e minerais essenciais poderia ser assinado durante a reunião, mas enfatizou que isso não era uma pré-condição para os Estados Unidos prosseguirem com as discussões com a Ucrânia ou os russos.

Ataque de drones

A reunião ocorre após a Ucrânia lançar o maior ataque de drones contra Moscou desde o início da guerra. Os ataques, direcionados a 10 regiões do país, deixaram ao menos duas pessoas mortas e três ficaram feridas. Os bombardeios provocaram incêndios e suspenderam o transporte aéreo e ferroviário na região.

A maioria dos drones ucranianos disparados durante a noite foram abatidos sobre a região de Kursk, na fronteira com a Ucrânia, que é controlada parcialmente por Kiev. Segundo o ministério da Defesa da Rússia, 91 drones foram abatidos sobre a região de Moscou.

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O governador da região de Moscou ao redor da capital, Andrei Vorobyov, disse que o ataque danificou vários prédios residenciais e vários carros./com AP