O Google anunciou na quarta-feira, 6, o Gemini, nova inteligência artificial (IA) que promete ser a mais potente da empresa para turbinar o chatbot Bard, rival do ChatGPT da OpenAI. Apesar das promessas ousadas, o Gemini vem sendo questionado quanto à sua autenticidade do vídeo de demonstração, que acompanhou o lançamento da IA.
Parmy Olson, colunista da Bloomberg, foi quem levantou as suspeitas de que o vídeo exagerou a capacidade do sistema. A demonstração não teria sido realizada em tempo real, como o vídeo sugere, e os prompts teriam sido ensaiados - ou seja, a máquina não manteve uma conversa natural com o humano.
Segundo Olson, suas suspeitas tiveram início com uma mensagem na descrição da demo no YouTube que diz que a latência e as respostas do Gemini foram reduzidas para garantir velocidade.
Ao procurar o Google, ela afirma que companhia teria admitido que a apresentação não teria ocorrido em tempo real e com comandos realizados em voz alta. Teriam sido usadas imagens estáticas retiradas do vídeo que foram apresentadas ao Gemini e acompanhadas de comandos em texto. “Isso é bem diferente parecia sugerir: que uma pessoa poderia ter uma conversa suave com o Gemini, enquanto ele respondia em tempo real ao mundo a sua volta”.
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Para a colunista, isso seria um indício de que o Google está esconder de que ainda está atrás da OpenAI no desenvolvimento de IAs.
O Google respondeu com um post no X (ex-Twitter) de Oriol Vinyals, vice-presidente de pesquisa da empresa e co-líder do Gemini. Ele afirmou que todos os prompts são reais, mas que foram reduzidos para garantir velocidade. Ele disse ainda que o vídeo serve para mostrar o potencial de experiências multimodais e para inspirar os desenvolvedores.
Além disso, especialistas observaram que muitos dos recursos destacados podem ser replicados pelo ChatGPT Plus - versão paga do chatbot -, indicando que as capacidades do Gemini não são tão únicas quanto parecem. Em comparação com o modelo líder da OpenAI, o GPT-4, o Gemini seria apenas ligeiramente superior em testes realizados pelo próprio Google.
O Google chegou a divulgar uma tabela que, embora mostre o Gemini vencendo o GPT-4 em algumas categorias, revela apenas melhorias simbólicas, sugerindo que o Google está correndo atrás, não liderando.
*Alice Labate é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani