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Google condenado na Itália

Três executivos são condenados à prisão por vídeo de bullyng contra garoto autista postado em site da empresa

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Por Agências
Atualização:

Uma corte de Milão condenou a seis meses de prisão três executivos do Google nesta quarta, 23, por terem violado a privacidade de um garoto italiano com autismo. Um vídeo em que o garoto sofria bullyng foi postado em um site da empresa. O Google, que irá recorrer da decisão, ainda ouviu de algumas fontes que a Comissão Antitruste da União Européia estuda entrar na Justiça contra ele.

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Bill Echikson, porta-voz Google, fala com a imprensa sobre a decisão   Foto: Reuters

O Google afirma que o veredicto “demonstra uma questão crucial sobre a liberdade, que é a base sobre a qual a internet é construída”, já que nenhum dos empregados da empresa tem qualquer relação com o vídeo. “Eles não colocaram o vídeo no site, não fizeram o filme e mesmo assim foram considerados culpados”, disse Bill Echikson, diretor de comunicações da empresa.

A embaixada dos EUA em Roma saiu em defesa do Google. Em ofício, disse estar “desapontada” com a decisão e ver uma analogia com os limites impostos à liberdade na internet chinesa.

“Nós não concordamos que as pessoas que criam e mantém serviços de internet sejam responsáveis pelo conteúdo que os usuários postam”, afirmou a embaixada. “A Secretária de Estado Hillary Clinton deixou claro no dia 21 de janeiro que a internet livre é um direito humano que deve ser protegido pelas sociedades democráticas.”

Os condenados foram David Drummond, vice-presidente do Google na Itália, o executivo George De Los Reyes e o consultor Peter Fleischer. O gerente de marketing Arvind Desikan foi inocentado. Nenhum dos executivos mora na Itália e nenhum terá que cumprir a pena agora, já que o processo ainda pode se desenrolar por várias anos na Justiça italiana.

A acusação contra os executivos do Google foi feita por um escritório de advocacia italiano que trabalha para pessoas portadoras da síndrome de Down e pelo pai do garoto. Em 2006, após uma aula, em uma escola de Turim, colegas de sala do garoto colocaram na internet um vídeo filmado por meio de um celular em que praticavam bullying contra ele.

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“Os direitos de uma empresa não podem prevalecer sobre a dignidade de uma pessoa. Essa sentença manda um recado claro”, disse o promoto público Alfredo Rabelo, do lado de fora do tribunal de Milão.

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