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Quem joga, sabe

Batman Arkham Knight: tecnologia, batmóvel alucinado e muita porrada

Muitos esperavam mais do mesmo no novo episódio da saga, Arkham Knight. Surpreenda-se: não é.

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Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:

 

 Foto: Estadão

por Luiz Fernando Toledo

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Batman é aquela série que, periodicamente, lança produtos de todas as formas possíveis. Filmes, brinquedos, roupas infantis e, é claro, uma infinidade de games. Como todas as marcas quase "infinitas" em seus desdobramentos, a inovação é quase sempre um fator deixado de lado. Do Batman: The Animated Series (1993) para Gameboy, Lego Batman, passando pelos mais recentes Arkham Asylum e Arkham City, pode-se dizer que muitos esperavam mais do mesmo no novo episódio da saga, Arkham Knight, lançado no fim de junho deste ano para PS4, Xbox One e PC. Surpreenda-se: não é.

Começa pela sensação de empoderamento que o jogo traz: sua armadura é praticamente indestrutível. Seus "bat-equipamentos", inúmeros. Vai do spray que destrói paredes ao arpão que mais parece uma teia do Homem-Aranha, já que permite ir para praticamente qualquer lugar de uma gigantesca Gotham City extremamente detalhista e bonita.

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Outro destaque percebido nos primeiros instantes do game é integração do personagem com o Batmóvel: a sensação é inexplicável. O monstrengo corre, atira, move estruturas, quebra portões e até tem compartimentos de nitro para aumentar a velocidade do veículo. É como ter uma espécie de Burnout dentro de um game de ação.

Batman Arkham Knight é a mistura de tudo que tem dado certo nos grandes games do momento. Talvez peque por não ser exclusivo em quase nada, mas é ótimo na dosagem dos elementos. Tem o mundo aberto de missões inaugurado por GTA e consolidado por Watchdogs, Shadow of Mordor e outros "best sellers" da nova geração.

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O jogo é desenvolvido pela Rocksteady, responsável pelos dois games anteriores (Arkham City e Arkham Asylum). A história se desenvolve logo na sequência do último game, com a morte do Coringa. O inimigo da vez é o Espantalho, alter-ego do dr. Jonathan Crane. Ele pretende lançar uma espécie de toxina na cidade que faz crescer o medo das vítimas. Toda vez que há um encontro com o vilão, ele dá borrifadas de sua arma química, quase como uma marca registrada. Não bastasse este novo vilão para tocar o terror psicológico, há ainda a presença da figura mascarada do passado de Batman, o cavaleiro de Arkham, que tem sede por vingança e fará de tudo para vê-lo morrer.

As batalhas são impressionantes. Não só pela fluidez dos controles, que são fáceis de aprender e respondem muito bem aos comandos, mas também por toda a visualização dos golpes. É possível realizar uma série de combos diferentes, além de usar o cenário como aliado. Outra novidade nos combates é a possibilidade de agir junto aos seus pares - Robin, Mulher-Gato, Asa-Noturna.

 

Os aparatos tecnológicos surpreendem a cada cena. A interligação do jogador com seu carro, sua bat caverna e outros "dispositivos" fazem com que o game pareça cada vez mais com um filme - mas não sem perder jogabilidade. O batcarro é um espetáculo à parte: é possível fazer quase tudo com ele. Ejetar-se no meio da rua e planar com a capa. Transformá-lo num tanque de guerra e sair disparando contra os inimigos mais durões.

 Foto: Estadão

O curioso é que, diferentemente de 99,9% dos jogos, que envolvem muito sangue, morte e violência brutal, Batman mantém sua política de não assassinar seus inimigos. É aí que o desafio dos produtores é maior: como ter adrenalina num mercado em que tudo acaba em sangue e morte, sem estes elementos? Mas nem os tanques têm pessoas que os controle: são todos guiados sem motorista, para evitar mortes nas explosões. Também não dá para atropelar pedestre: o veículo logo empurra para longe, com um mecanismo de descarga elétrica, qualquer possível vítima de atropelamento.

Em poucas palavras: se você jogou as duas edições anteriores, esta é a mais recomendada. Aliás, vale a pena ao menos passar o olho (e os dedos) na trilogia para curtir melhor toda a história e entender a obra feita pela Rocksteady. Mas nem mesmo quem passou reto toda a vida da tal "Batmania" sai ileso desse game primoroso.

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Batman: Arkham KnightRocksteady StudiosJulho/2015R$ 199 

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