Em meio à onda de protestos no Egito contra o governo de Muhammad Hosni Said Mubarak, presidente do país há 30 anos, sites tiveram acesso bloqueado por acesso móvel. Os protestos foram basicamente organizados e transmitidos para o mundo por meio de redes sociais como o Facebook e pelo Twitter, usando a hashtag #25jan ou #jan25.
Os egípcios aproveitaram o dia 25 de janeiro, feriado que homenageia a polícia nacional, para ir às ruas protestar contra “tortura, a pobreza, a corrupção e o desemprego”. O dia foi chamado pelos organizadores de a “intifada egípcia” ou o “dia da revolução”.
Segundo informações da CNN, uma praça localizada a dois quarteirões do parlamento egípcio foi ocupada por 20 mil protestantes, enquanto a rua principal que leva ao prédio foi bloqueada.
Segundo relatos do canal americano, o Twitter caiu ou está operando lentamente. Ativistas não têm acesso ao site em seu aparelhos móveis, não sendo possível nem enviar mensagens.
A Vodafone egípcia, operadora responsável por grande parte dos aparelhos do país, foi questionada sobre as quedas, mas afirmou por meio do seu Twitter que não é responsável pelo bloqueio a nenhum site, mas disse que o problema é geral e havia afetado todo o Egito.
Os protestos foram anunciados logo após a queda do então presidente da Tunísia Zine el-Abidine Ben Ali, há 23 anos no poder, devido a protestos também organizados por meio das redes sociais. O sucesso das manifestações animou egípcios a fazerem o mesmo com Zine Al-Abidine Ben Ali, há 30 anos comandando o Egito.
Pelo Twitter, ativistas compartilham fotos e vídeos do protesto. Há até uma câmera transmitindo do alto por livestreaming tudo o que acontece na principal praça da cidade, onde ocorrem as manifestações.
Uma lei que vigora no país há 30 anos não permite concentrações públicas, o que facilita a ação da polícia contra os manifestantes. Até agora, pelo Facebook, 94.987 pessoas confirmara presença nos protestos desta terça-feira.
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