Vendas de tablets e PC devem cair 2% no Brasil em 2019

Levantamento feito pela IDC mostra que o valor das vendas dos aparelhos devem subir em 7% em igual período

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Por Circe Bonatelli (Broadcast)
Atualização:
Brasileiros estão optando por compraraparelhos mais caros, diz IDC Foto: Bryce Meye/NYT

As vendas de dispositivos de telefonia e computação devem crescer em termos de valores, mas tendem a apresentar um desempenho fraco em número de unidades, de acordo com projeções da International Data Corporation (IDC). Segundo a consultoria, as vendas de smartphones devem ficar estáveis em unidades e crescer 18% em valor neste ano. Já as vendas de tablets e PCs (notebooks e computadores) devem cair 2% em unidades e crescer 7% em valor.

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O movimento mostra que os consumidores têm demorado mais para trocar os aparelhos, mas mostrado disposição em pagar mais pelas novidades, segundo a IDC.

"Vemos que há uma estabilização do mercado, sem um crescimento muito forte nas compras, mas as pessoas têm aceitado pagar mais por novas funcionalidades", apontou o analista Reinaldo Sakis. Ele observou que o valor médio de cada aparelho tem subido em decorrência das melhorias operacionais. Para este ano, por exemplo, está prevista a chegada de smartphones com preços na casa de R$ 10 mil no País. Além disso, esses aparelhos sofreram a influência da valorização do dólar frente ao real, o que elevou o custo de itens importados nos últimos trimestres.

O IDC divulgou nesta terça-feira,5, um conjunto de projeções para o mercado de tecnologia da informação. O segmento de internet das coisas - que permite a comunicação entre máquinas - deverá movimentar investimentos de US$ 745 bilhões ao redor do mundo em 2019, com potencial para ultrapassar a marca de US$ 1 trilhão em 2022, puxado, principalmente, por aportes do setor industrial e de varejistas. No Brasil, a estimativa é que o setor tenha aportes de US$ 9 bilhões neste ano, impulsionados pelas aplicações no agronegócio (monitoramento de safra, por exemplo), na saúde e na prestação de serviços públicos.

A consultoria ponderou que a evolução regulatória caminha lentamente no País, sendo que o plano nacional de internet das coisas aguarda sanção da Presidência da República há mais de um ano, enquanto o projeto de lei que simplifica a tributação das aplicações desse mercado continua em tramitação no Congresso. Com a conclusão da regulamentação e o avanço dos incentivos, o setor pode movimentar muito mais investimentos, observou a consultoria.

O mercado de gestão de dados - chamado pelo jargão de "big data & analytics" - deve movimentar US$ 4,2 bilhões em 2019 no Brasil, o que representa um crescimento de "um dígito alto", segundo a consultoria. O IDC avaliou que as empresas têm mostrado dificuldade para fazer uma gestão de dados eficiente e tirar proveito de ferramentas como acompanhamento de performance ou alerta de produtividade, por exemplo. Segundo a consultoria, apenas 13,8% das empresas têm como prioridade expandir sua capacidade de tirar proveito de dados coletados no mercado para criar ou incrementar as fontes de receitas.

No setor de inteligência artificial, a projeção do IDC é que os investimentos cheguem a US$ 52 bilhões. No Brasil, 15,3% das médias e grandes empresas já têm inteligência artificial entre as principais iniciativas de tecnologia da informação, patamar que deve dobrar nos próximos quatro anos. Por aqui, as áreas com maior potencial de crescimento da inteligência artificial são aqueles ligados a atendimento a clientes, análise e investigação de fraudes e diagnósticos e tratamento de saúde.

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Nas empresas. Os investimentos no mercado de telecomunicações e tecnologia da informação (TI) devem crescer 4,9% em 2019 no Brasil, de acordo com projeções da consultoria International Data Corporation (IDC). Esse resultado deve ser composto por um aumento de 10,5% no setor de TI (armazenamento e gestão de dados, inteligência artificial, internet das coisas, softwares e aparelhos, entre outros) e queda de 0,3% no setor de telecomunicações (banda larga e telefonia fixa e móvel).

O salto no setor de TI é explicado pelos investimentos empresariais na chamada transformação digital, isto é, na mudança de processos e atendimentos de plataformas analógicas para interfaces digitais, visando à economia de custos e à melhora no atendimento a consumidores. "E não é possível fazer a digitalização sem investir em infraestrutura e serviços na área de TI. Isso é um 'driver' importante para crescimento do setor. Já está acontecendo e veremos de forma ainda mais intensa nos próximos três anos", afirmou o gerente de pesquisas da IDC, Pietro Delai, durante coletiva de imprensa. "Os negócios exigem mais eficiência, maior capacidade de processamento de dados e melhora na experiência dos consumidores", completou.

Banda Larga. Com mais investimentos e estratégias comerciais customizadas, os provedores regionais de banda larga têm conseguido ocupar espaços de grandes teles como Vivo, Claro, Oi e TIM e tendem a ampliar sua participação no mercado nacional, passando de 20% para 25% em 2019, de acordo com projeções da International Data Corporation (IDC).

O movimento marca um acirramento na competição do setor, na visão do analista da IDC, Reinaldo Sakis. "Um ponto importante é a proximidade dos provedores regionais com seus clientes. Normalmente, eles conseguem ter uma abordagem comercial diferenciada. Além disso, eles também têm demonstrado capacidade de entregar banda larga com velocidade e estabilidade na conexão", explicou Sakis, lembrando que esses fatores são considerados mais importantes pelos consumidores do que a contratação dos serviços de marcas famosas das grandes operadoras.

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