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Uma força para o ofício

Bernardo Senna se divide entre a criação e o incentivo a jovens profissionais

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Por Julia Contier e REPORTAGEM

Desde o início de sua carreira, ainda na sala de aula, Bernardo Senna é preocupado em estimular o desenvolvimento do design brasileiro. Formado em design de produtos pela Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ) em 1997, ele atua na organização de exposições e de livros, como jurado de premiações e como ponte entre indústria e jovens profissionais, além de continuar criando peças de mobiliário e acessórios para diversas empresas. O profissional carioca, de 35 anos, falou ao Casa sobre a carreira e o momento do design nacional.

 

Como vê as perspectivas para a atual geração de designers?

Estamos vivendo um cenário muito positivo. Além da nova geração, os designers das décadas de 60 e 70 também estão sendo reconhecidos. Isso por conta do momento econômico positivo que o Brasil está passando.

 

É um mercado difícil para jovens profissionais?

Hoje é relativamente fácil conseguir emprego como designer de móveis. No Paraná, em Santa Catarina e em São Paulo, há muitas oportunidades de emprego. Mas, se o jovem quer trabalhar com um design mais autoral, deve tentar colocar seu nome no mercado, criando protótipos e mostrando para as indústrias.

 

É possível apontar uma tendência no design brasileiro hoje?

Uma coisa que está acontecendo, e que é muito positiva, é que não existe tendência. São pessoas diferentes, criando para um público diferente, como a classe D, por exemplo, que está começando a consumir. A diversidade é a nova tendência.

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Existem diferenças relevantes no mercado de trabalho em diferentes Estados?

São Paulo, Rio e Belo Horizonte são centros cosmopolitas, mas as grandes indústrias estão no Sul do País. Então, você vê que, tecnicamente, os designers de lá são muito bons, mas acredito que falta a eles uma vivência cultural. Aqui a gente tem designers com boa bagagem cultural, mas com pouca experiência técnica. O ideal é promover um intercâmbio. Trazer as indústrias para cá e levar os designers para lá.

 

 

Os prêmios são importantes para iniciantes?

Importantíssimos. Participar de um concurso não é só escolher um produto e mandar. É olhar o que está sendo feito e tentar fazer melhor. E, quando se consegue ganhar um prêmio ou mesmo ser finalista, é uma oportunidade de se inserir no mercado e fazer contatos.

 

Quais são os principais prêmios nacionais?

Felizmente, temos vários, como o Prêmio do Museu da Casa Brasileira, o Salão Design Móvel Sul, o Movelpar, o da Tok&Stok, entre outros.

 

Você trabalhou no Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e, anos depois, no Centro Design Rio. Hoje atua como jurado em concursos. Sempre se interessou por atividades de incentivo?

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Sim. No INT trabalhei em vários projetos para pequenas e grandes empresas. No Centro Design Rio organizamos exposições e livros. Entendo, de um lado, a dificuldade dos profissionais, de serem aceitos pelas empresas, e, de outro, das indústrias, de perceberem o valor do design, e procuro articular isso, aproximando profissionais e indústrias que tenham perfis compatíveis. Apresentei, por exemplo, a Renata Moura à Trama Fhina. E recomendo diversos nomes à Schuster, empresa para a qual trabalho.

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