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Cresce número de microempreendedores no setor de alimentação

Dados do Sebrae apontam aumento de MEIs para o fornecimento de alimentos, atividade que é a quarta em volume de empreendedores em São Paulo; aplicativos exigem registro com CNPJ

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Por Bárbara Stefanelli
Atualização:

Especial para o Estado

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Nos últimos quatro anos, só tem crescido o número de microempreendedores individuais (MEIs) voltados ao “fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar”, em que estão incluídas as cozinheiras que produzem marmitas em casa. Segundo dados do Sebrae, dentre os quase 9 milhões de MEIs do Brasil, eram 93,4 mil nessa atividade em 2014 e, no ano passado, chegaram a 171,2 mil.

O Estado de São Paulo responde por mais que um terço desse volume. Dentre os 2,4 milhões de MEIs do Estado, 61 mil trabalham com esse fornecimento de alimentos - atividade que está em quarto lugar no volume de cadastros paulistas de MEI. 

E não pense que MEI é bagunça. Uma cozinha “virtual” deve funcionar como se fosse um estabelecimento aberto, seguindo os padrões da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância) - confira manual.

Marmita vegetariana orgânica da duLocal, entregue em embalagem de papel. Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão

“Na maioria das vezes, o empreendedor não vai conseguir mudar o pé direito ou o piso da própria cozinha, mas deve seguir tudo o que diz respeito à higiene e à manipulação do alimento”, explica Mayra Viana, técnica do núcleo de Alimentos e Bebidas da Unidade de Competitividade do Sebrae Nacional.

O Sebrae disponibiliza um encarte de boas práticas - da produção ao ponto de venda. Disponível online, o material é voltado para confeitarias e panificação, mas pode ser adaptado a diferentes tipos de negócio.

O ramo das confeitarias e panificadoras, inclusive, é o que mais cresce em produção dentro de casa, diz o Sebrae. “Neste ano, fizemos uma pesquisa com cerca de 4.600 pessoas da confeitaria, e 87% declararam que seu negócio funciona dentro de casa. Só 10% têm estabelecimento comercial ou trabalha na rua, como ambulante”, explica Mayra. Além disso, 94% dos entrevistados declararam vender sob encomenda.

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Para abrir uma cozinha virtual

O primeiro passo para abrir uma cozinha para delivery é aliar-se a um aplicativo de entrega ou criar o seu próprio, como fez a duLocal. Para Georgia Sanches, diretora de contas da Rappi no Brasil, para fazer parte do rol de clientes da plataforma não tem erro: “Basta fazer uma boa comida e ter um cadastro MEI”. Depois, o time de vendas analisa se o conceito do estabelecimento tem a ver com a demanda da região, diz ela.

Funcionários na cozinha industrial do Sushi Plus, na Vila Mariana. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Uber Eats, iFood e Apptite funcionam da mesma maneira: é necessário um cadastro de pessoa jurídica, como MEI ou outro. A Uber Eats exige que o estabelecimento esteja cadastrado no ramo alimentício e em conformidade com exigências legais, fiscais e sanitárias, que são verificadas no momento do cadastro do restaurante. No caso do Apptite, o empreendedor deve fazer um curso online de boas práticas de cozinha do Sebrae.

Para se cadastrar como MEI no ramo de alimentação, o futuro empreendedor deve seguir os passos no Portal do Empreendedor, marcando atividade que envolva cozinha e alimentação, como a de número 5620104, para o “fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar”.

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Vantagens da cozinha virtual

  1. Baixos custos com funcionários Férias, 13º salário, hora extra e ações trabalhistas são encargos que o empreendedor de cozinha virtual não costuma ter
  2. Aluguel mais barato O estabelecimento pode ser sua própria casa ou lugar com aluguel mais barato, já que a localização e a fachada não são prioridades no negócio
  3. Horário flexível Se o empreendedor souber organizar a rotina, consegue folgar. Os apps possuem modo pause, day off ou mesmo férias
  4. Duas cozinhas em uma Se tiver espaço físico, é possível trabalhar com mais de um tipo de comida, criando duas ou mais empresas diferentes
  5. Foco na comida Esse modelo permite que o empresário foque na produção sem se preocupar com o salão. O controle das entregas é feito pelo aplicativo

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