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Empresa busca transformação digital acessível para expandir inclusão

A fim de entregar melhores resultados em ferramentas, profissionais com deficiência integram time da Keeggo, empresa de soluções em tecnologia que inclui a questão da acessibilidade nos projetos

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Por Shagaly Ferreira

Comprar por marketplaces – sites ou apps que agregam um grande número de lojas virtuais – tem se tornado cada vez mais comum no Brasil. No entanto, para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, participar dessa tendência é uma tarefa desafiadora. Isso porque a maior parte dos negócios não tem ferramentas acessíveis em seus sistemas. Foi para auxiliar empresas a corrigir esse problema que a Keeggo, de Osasco (SP), passou a incluir a questão da acessibilidade em todos os seus trabalhos.

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Com mais de 25 anos de atuação em transformação digital, a companhia realizava iniciativas pontuais na área, mas passou a incluir a acessibilidade como quesito desde a concepção dos produtos. “Independentemente de o cliente pedir isso, a gente sempre vai entregar com acessibilidade. Passa a ser um requisito inicial, uma premissa nossa de qualquer projeto”, explica Marcelo Mazzini, chefe de design da empresa.

A busca por essas soluções envolve também quem está no entorno da pessoa com deficiência (PCD), como amigos e familiares. Segundo o relatório The Global Economics of Disability, que mede o potencial de consumo das pessoas com deficiência, publicado em 2020, 73% dos consumidores com esse perfil consideram funcionalidade como item fundamental para decisões de compra.

Marcelo Mazzini, head de design da keeggo, diz que produtos acessíveis são parte do serviço, mesmo quando a demanda não é por acessibilidade. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Jefté Macedo, pesquisador de experiência do usuário da keego, afirma ser importante as empresas considerarem a pessoa com deficiência nas pesquisas que visam identificar o público-alvo. Com isso, podem proporcionar uma melhor experiência para o cliente e evitar a migração, junto com amigos e família, para o concorrente que preza por uma tecnologia acessível.

"Outro detalhe importante é o comportamento de comunidade, que são públicos segregados, muito unidos e que se recomendam muito. Então, quando entra nas comunidades de pessoas cegas a informação de que o aplicativo de determinado banco não tem acessibilidade, as outras não vão fazer a conta naquele banco”, explica, sendo o contrário também uma realidade.

Equipe diversa

Para ajudar no desenvolvimento de soluções voltadas ao público PCD, a Keeggo tem profissionais com deficiência no time. Eles atuam nos projetos e testes relacionados à acessibilidade. “A gente traz pessoas surdas, cadeirantes, cegas, com baixa visão e neurodivergentes para que haja múltiplas perspectivas sobre o problema. Com isso, a chave virou muito rápido na percepção sobre o que é acessível e o que não é acessível, inclusive para as pessoas com deficiência do time”, explica o executivo.

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Trainee de design e acessibilidade, Julio Braz, de 30 anos, atua há três meses na empresa. Ele, que também é jogador da seleção brasileira de rúgbi em cadeira de rodas, destaca a importância de profissionais com deficiência atuarem no desenvolvimento de soluções para acessibilidade por entender que a vivência do dia a dia ajuda a enxergar as dificuldades e barreiras.

“Trabalhar na Keeggo é muito legal, principalmente por eu ser deficiente e saber que tudo o que fazemos é para melhor e facilitar a vida de uma pessoa com deficiência", diz. Já Bruno de Almeida, 35 anos, está na Keeggo há um ano e quatro meses e é analista de teste de acessibilidade para que menos pessoas enfrentem as dificuldades que ele passou no ambiente virtual.

“Por ser cego, sempre encontrei muitas barreiras ao acessar os principais serviços online. Poder ajudar a tornar a web mais acessível ao maior número de pessoas com alguma limitação é muito prazeroso para mim”, explica. “Por eu sentir na pele esse problema, me sinto motivado a defender essa bandeira.”

Além do trabalho com soluçoes acessíveis, a Keeggo também oferece treinamento para empresas que desejam implantar estratégias e soluções para acessibilidade. “Na nossa visão, quanto mais pessoas estiverem capacitadas para fazer, conversar e provocar as empresas quanto à acessibilidade, melhor”, diz Mazzini.

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