PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

MPF e Defensoria recomendam que Paes não remova ambulantes do Rio; prefeito diz que não acatará

Procurador e defensora deram prazo de 72 horas para atual chefe do Poder Executivo da cidade enviar por escrito motivos para não suspender remoção; prefeito disse, pelas redes sociais, que local é conhecido por ser destino de celulares roubados

Foto do author Heitor Mazzoco
Por Heitor Mazzoco

O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro recomendaram que o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), não remova vendedores ambulantes da Rua Uruguaiana, no centro da cidade, conforme anunciou em fevereiro deste ano. O documento do MPF e Defensoria foi enviado à prefeitura na sexta-feira, 5. Pelas redes sociais, Paes disse que não seguirá a recomendação e determinou que o secretário de Ordem Pública, Breno Carnevale, continue com o projeto.

PUBLICIDADE

“Quem já teve celular roubado no Rio e tem possibilidade de ver a localização sabe para onde vai: (Rua) Uruguaiana! Mas mesmo assim eles ‘recomendam’. Recomendação não acatada. Mas que é difícil, isso é! Seguimos. Manda brasa, Breno Carnevale”, disse em sua conta no X, antigo Twitter, no começo da tarde deste sábado, 6.

O procurador Júlio José Araújo Junior e defensora pública Maria Júlia Miranda afirmaram em documento de cinco páginas que o prefeito e o secretário devem se abster “de qualquer ato tendente à remoção dos ambulantes em atividade na Rua Uruguaiana até a finalização de estudos e sua apresentação aos camelôs e instituições de controle, com o eventual encerramento das negociações em curso, em reunião com a participação de todos os representantes sociais e institucionais”. Sem acatar o recomendado, Paes tem 72 horas para enviar por escrito os motivos para não suspender a remoção dos camelôs do local.

Eduardo Paes quer remover camelôs da Rua Uruguaiana, no Rio, por ser local de destinação de celulares roubados Foto: Wilton Junior/Estadão

Ainda no documento assinado pelo procurador e a defensora, eles cobram do prefeito Paes uma apresentação de estudo para fixação de 75 vagas na Rua Uruguaiana para os vendedores ambulantes. Eles solicitaram também lista dos vendedores cadastrados e daqueles sorteados para ocupação das vagas.

O documento deve conter ainda “a justificativa da exclusão de 79 ambulantes para a outorga das autorizações e o esclarecimento de prazo e local de realocação dos 45 camelôs, considerados aptos, e não contemplados no sorteio para a ocupação das vagas da Rua Uruguaiana”, citam no documento. Por fim, as autoridades cobram “adoção de uma solução específica e fundamentada para os trabalhadores estrangeiros, indicando expressamente os critérios adotados”.

Publicidade

Em fevereiro deste ano, Paes anunciou que retiraria os ambulantes do local. Segundo ele, o problema com venda de aparelhos celulares roubados seria o motivo principal. “Não custa lembrar que temos fartas provas para mostrar que boa parte dos celulares roubados na cidade são comercializados ali”, disse na ocasião.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.