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Brasil lidera assassinato de homossexuais

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil continua sendo o país do mundo onde ocorre mais assassinatos de homossexuais. A conclusão é do novo livro-relatório editado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) que será lançado em Brasília, nesta segunda-feira, sobre crimes cometidos contra homossexuais brasileiros. No ano passado, ocorreram 132 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil. Entre 1980 e 2001, o número alcançou 2.092, uma média de 104 mortes por ano. O país que mais se aproxima desse número é o México onde ocorrem anualmente 25 assassinatos de homossexuais. Entre os estados brasileiros, São Paulo lidera a estatística dos crimes: no ano passado foram registrados 24 homicídios. Pernambuco vem em segundo lugar com 16, Bahia em terceiro com 14 e o Distrito Federal em quarto com 11 mortes. Conforme o estudo, Pernambuco e o Distrito Federal, proporcionalmente, são as cidades mais perigosas para os homossexuais pois embora possuam populações menores que outras capitais, apresentam alto índice de intolerância. No Distrito Federal, por exemplo, que conta com dois milhões de habitantes, 11 homossexuais foram mortos. Enquanto isso, o estado de Minas Gerais com 17 milhões de habitantes, registrou 9 assassinatos no ano passado. Embora reconheça que a repressão aos homossexuais é infinitamente maior em países muçulmanos como Irã, Iraque e Egito, o presidente do GGB, antropólogo Luiz Mott disse que a homofobia ainda é muito grande no Brasil. "Somente podemos baixar esses índices, implantando cursos de educação sexual em todos os níveis escolares, aprovando leis que punam exemplarmente a discriminação e a violência contra homossexuais e mobilizando a comunidade homossexual a defender seus direitos humanos", disse. A maioria das 132 vítimas de 2001 foi morta nas sextas-feiras e domingos à noite. Foram comerciantes, professores, cabeleireiros, profissionais liberais, pais de santo, policiais, profissionais do sexo e desempregados, com faixa etária variando entre 14 e 68 anos. Segundo a pesquisa, menos de um quarto dos assassinos de homossexuais são identificados e levados a julgamento.

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