A Confederação Israelita do Brasil (Conib) classificou como “desequilibrada” a postura do governo brasileiro em relação aos conflitos envolvendo Israel na Faixa de Gaza. A manifestação da Conib ocorre depois da fala do presidente Lula (PT) na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça, 24, na qual o petista afirmou que os palestinos estão sofrendo uma “punição coletiva” pelos atos do Hamas.
“O presidente mostra simpatia com vítimas do conflito em Gaza e no Líbano, mas ignora as vítimas de Israel”, diz a entidade em nota que ainda será divulgada à população e que a Coluna do Estadão teve acesso antecipado. O texto ressalta que Lula “esquece” que as organizações terroristas foram responsáveis pelo início dos combates. “Esquece que Israel está se defendendo.”
Em seu discurso na ONU, Lula parabenizou a delegação da Palestina por participar pela primeira vez da Assembleia, ainda no status de observadora. O presidente também fez críticas à guerra no Oriente Médio. “Em Gaza e na Cisjordânia, assistimos a uma das maiores crises humanitárias da história recente, e que agora se expande perigosamente para o Líbano. O que começou como ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes, tornou-se punição coletiva de todo o povo palestino. São mais de 40 mil vítimas fatais, em sua maioria mulheres e crianças”, declarou.
A nota da Conib afirma, ainda, que o Brasil tornou-se “aliado de primeira hora” do regime iraniano. A entidade ressalta que o Irã é um dos apoiadores do Hamas e do Hezbollah. “Infelizmente, o governo Lula parece querer adaptar a tradição de equilíbrio da política externa brasileira a essa sua guinada radical de aproximação com o Irã. O Brasil todo paga por isso com o nosso crescente desprestígio e descrédito na arena internacional”, encerra o texto.
