O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avisou ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) por meio de interlocutores que vai adiar para a próxima terça-feira, 4, a votação do projeto de lei que cria o Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover). A medida provisória que estabeleceu o Mover, contudo, perde validade nesta sexta-feira, 31.
Dessa forma, o pacote bilionário de incentivos ao setor automotivo ficará extinto até que o projeto de lei que cria o programa seja aprovado no Senado. Articuladores do governo Lula, porém, ainda tentam convencer Pacheco a votar o texto nesta quarta-feira, 29, mas a manobra não deve prosperar.
Também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Alckmin é o “pai” do Mover e tenta negociar a sua aprovação.
Antes com pressa para aprovar a matéria, Pacheco decidiu adiar a votação do Mover após a Câmara aprovar uma série de “jabutis” que, na avaliação do próprio Palácio do Planalto, praticamente desfiguram o projeto.
Uma insatisfação é com o destaque aprovado que criou política de conteúdo local para as atividades de exploração e produção de petróleo. “Jabutis” são trechos incluídos em propostas legislativas que não têm relação com o conteúdo principal.
Como revelou a Coluna do Estadão, Pacheco havia pautado a votação do Mover para a noite desta terça-feira, 28, antes mesmo de a Câmara analisar o texto, em um recado de que a possível extinção do programa não teria relação com o Senado. O clima mudou, porém, com a inclusão de jabutis no projeto de lei.
Pacheco também avisou a senadores que escolheu o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) para relatar a proposta que cria o programa de incentivo às montadoras. Cunha é aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
