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Lula defende ampliação do Conselho de Segurança da ONU para agir como governança global do clima

Presidente considera que o órgão só poderá agir efetivamente na questão climática se houver maior diversidade entre seus participantes

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Por Redação

Depois de seu encontro com o presidente americano Joe Biden, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que é preciso desenvolver uma governança global para combater as mudanças climáticas de forma efetiva e que o Conselho de Segurança das Nações Unidas precisa se atualizar para cumprir essa demanda. “Eu acho que o Conselho de Segurança da ONU hoje é de uma geopolitica de 45″, afirmou, em entrevista ao Jornal Nacional veiculada na noite de sábado, 11.

Segundo Lula, o Conselho de Segurança — que hoje é composto por Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China como membros permanentes — deveria ampliar seu quadro com países africanos e outras nações como Brasil, Alemanha, Índia, Japão, México e Argentina. “O que precisa é que a gente tenha mais representatividade, para que quando se tomar uma decisão, essa decisão possa ser cumprida e a gente possa ter certeza de que a gente vai recuperar o planeta terra para nós”, disse.

Lula fala ao Jornal Nacional sobre seu encontro com Joe Biden em Washington, nos Estados Unidos Foto: Reprodução/Rede Globo

No mesmo sentido, reforçou as promessas de combate ao desmatamento e ao garimpo ilegal na Amazônia, comprometendo-se por trabalhar pelo desmatamento zero até 2030.

Guerra Fria

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Lula também se manifestou a respeito dos embates políticos e econômicos entre Estados Unidos e China e garantiu que não pretende entrar nessa “guerra fria”. " O Brasil tem na China e nos Estados Unidos dois grandes parceiros comerciais e a gente quer manter a relação”, afirmou.

Ele aproveitou para destacar que esse é um ótimo momento para fortalecer as relações entre o Mercosul e a União Europeia. “O que a Europa tem que compreender é que a Europa, junto com a América do Sul, a gente pode formar um bloco muito mais forte para negociar com essas duas potências”, disse.

O presidente também voltou a falar da guerra entre Rússia e Ucrânia, repetindo sua proposta de formar uma aliança de países que não estão envolvidos no conflito e que poderiam agir para buscar um cessar-fogo entre os países, como um “G-20 pela paz”. “O Putin tem que compreender que está errado”, acrescentou.

Estados Unidos

Em reunião em Washington na sexta-feira, 10, Lula e Biden discutiram temas bilaterais e também pautas de interesse global, como defesa da democracia, disponibilização de fundos internacionais para países de grande biodiversidade e promoção de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.

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Em destaque, os americanos sinalizaram com um “apoio inicial” ao Fundo Amazônia e discutiram uma governança global para o clima, além de ações de combate ao extremismo e à violência política após os atos antidemocráticos ocorridos no Brasil, em 08 de janeiro, e no Capitólio, nos EUA, há cerca de dois anos.

Segundo nota do Itamaraty, Lula convidou Biden a visitar o Brasil e o norte-americano aceitou o convite. “Os dois líderes comprometeram-se a ampliar seu diálogo e buscar cooperação mais profunda em preparação para a celebração do bicentenário das relações diplomáticas Brasil-EUA em 2024″, afirma o órgão.

A viagem de Lula aos Estados Unidos durou dois dias e ainda envolveu encontros com líderes da esquerda americana, como os parlamentares Alexandria Ocasio-Cortez e Bernie Sanders.

A ida aos Estados Unidos marca a terceira visita internacional deste mandato do presidente Lula, que já esteve na Argentina e no Uruguai em janeiro. Além disso, depois da vitória nas urnas, mas antes da posse, Lula também visitou Portugal e esteve no Egito durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27).

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