O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), manifestou apoio aos protestos dos servidores de segurança de Minas Gerais, que aprovaram paralisação para pressionar o governador Romeu Zema (Novo) por um reajuste salarial. “A reivindicação das forças de segurança de Minas Gerais é legítima e de direito. É dever do governo do Estado ouvi-las e estar aberto à negociação. Espero que as partes mantenham a ordem, a paz e a civilidade”, escreveu o senador em publicação desta segunda-feira, 21, nas redes sociais.
Paralisações e protestos contra superiores são vedados pela lei a policiais e bombeiros militares. De acordo com a Constituição e o próprio regulamento das forças, podem configurar motim. Mas o próprio comandante-geral da PM, Rodrigo Sousa Rodrigues, deu aval à participação de policiais da ativa nos atos de ontem.
Ao Estadão, o subtenente Heder Martins de Oliveira, presidente da Associação dos Praças, Policiais e Bombeiros Militares de Minas, afirmou que a situação no Estado pode sair de controle se o governo não chegar a um acordo com as forças de segurança. “Se o governo continuar com intransigência, sou capaz de afirmar que, ainda que sejam demitidos mil, dois mil, vai virar o caos em Minas”, disse.
Zema divulgou nota em que afirma estar “equilibrando as contas e recuperando a capacidade financeira do Estado”, mas que depende da renegociação da dívida com a União para atender ao pleito dos PMs. “A renegociação da dívida bilionária com a União, por meio do plano de recuperação fiscal, permitirá nova recomposição dos salários dos profissionais de segurança. Continuamos em busca de alternativas para fazer a reposição das perdas inflacionárias”, afirmou.
Assim como Pacheco, o governador também classificou os protestos como legítimos. “É absolutamente legítima a manifestação e este é um problema que tem tirado o sono de todos aqueles que fazem parte da cúpula do governo”, diz o comunicado assinado por Zema. No início de seu governo, ele se comprometeu a promover a recomposição dos salários em 41%, escalonados ao longo dos anos seguintes, mas apenas a primeira parcela foi paga.
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