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Em sessão tumultuada e sem depoimentos, CPI dispensa investigados

do estadão.com.br

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Atualização:

Principal personagem a depor na sessão desta quinta-feira, 24, na CPI do Cachoeira, o araponga Idalberto Matias Araújo, o Dadá, não respondeu a nenhuma pergunta. Antes mesmo de usar os dez minutos iniciais a que tinha direito, o araponga foi questionado pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), se estaria disposto a colaborar com as investigações. "Vou usar meu direito constitucional de permanecer em silêncio", limitou-se a dizer, deixando a sessão em seguida. Como foi acordado entre os parlamentares, caso Dadá se negasse a responder, sua presença seria liberada. O mesmo foi feito com os outros dois depoentes, o ex-vereador em Goiânia Wladimir Garcez e o araponga Jairo Martins.

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Mesmo sem avançar nas oitivas, a sessão durou quase quatro horas e foi marcada por discussões acaloradas entre os parlamentares da base e da oposição. Na maior parte do tempo, o debate entre deputados e senadores foi sobre a necessidade de rever os procedimentos da comissão, já que os próximos depoentes deveriam repetir a estratégia de permanecer em silêncio. Ao final da sessão, ficou decidido que no próximo encontro, na terça-feira, 29, os parlamentares votarão requerimentos para decidir sobre a quebra de sigilo da construtora Delta e a convocação de governadores mencionados pelas investigações da Polícia Federal.

Primeiro a entrar na sala, o ex-vereador Wladimir Garcez, que seria o elo da quadrilha com o governo de Goiás, usou os dez minutos iniciais para ler sua defesa. Em seu depoimento, o ex-vereador negou envolvimento com negócios ilícitos e afirmou que sua ligação com Cachoeira era apenas de consultor de suas empresas. Ao final de sua fala, informou que só responderia questões relacionadas às provas a que teve acesso. A comissão insistiu em fazer perguntas, mas após quase duas horas de sessão sem respostas, o ex-vereador foi liberado. Garcez comentou apenas o episódio da compra da casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Dadá entrou em seguida e, ao responder que não falaria com a comissão, foi dispensado. O último depoente, o araponga Jairo Margins seguiu a postura dos dois primeiros.

PT x PSDB. Apesar do posicionamento de Wladimir Garcez de ficar em silêncio, ainda no início da sessão, os parlamentares concordaram que o relator da CPI, o deputado Odair Cunha (PT) poderia expor suas perguntas. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) criticou duramente a atuação do relator e o acusou de direcionar a investigação com o objetivo de atingir o governador de Goiás, o também tucano Marconi Perillo. A declaração deu início a bate-boca na sessão. "O que está se vendo nessa CPI é a briga do PT e do PSDB. Essa CPI vai valer o quê? Externar essa disputa doentia entre o PSDB e o PT", provocou o senador Silvio Costa (PTB).

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Em meio à discussão, parlamentares alertaram que a comissão deveria abrir eleição para os cargos de 1º e 2º vice-presidente para evitar o suposto encaminhamento dos procedimentos da CPI. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) sugeriu que a eleição seja realizada na próxima sessão, prevista para terça-feira, 29. O presidente da CPI acatou o pedido.

Abaixo, os principais momentos da sessão:

13h42 - Os parlamentares optaram por transformar a próxima sessão, na terça0-feira, 29, em administrativa e votar os requerimentos de quebra de sigilo da Delta e de convocação de governadores citados nas investigações da Polícia Federal. A sessão foi encerrada.

13h26 - O presidente da CPI tenta votar requerimento que transforma a sessão da próxima terça-feira, 29, de oitiva (para ouvir depoimentos) em administrativa. A pauta da sessão seria a abertura de sigilo da Delta Nacional e convocação dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).

13h17 - Parlamentares discutem condução do trabalho do relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG). Oposição sustenta acusação de que ele está direcionando os rumos da comissão e a base, de que ele está atuando de acordo com as suas atribuições.

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13h07 - Deputado Mendonça Prado (DEM_SE): "Nós vamos ouvir aqui 50 mudos. Quero propor reunião para repensarmos os procedimentos que vão ser adotados. O que estamos fazendo aqui é papel de pizzaiolo. Não ouvimos nada, não deliberamos nada." Parlamentares continuam pedindo direito de palavra.

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12h39 - A sessão foi reaberta e o araponga Jairo Martins já declarou que ficará em silêncio, a exemplos dos outros dois depoentes. Jairo Martins já foi liberado e deixou a sala. Parlamentares farão uso da palavra.

12h33 - O presidente da CPI consultou Dadá para saber se, mesmo em sessão secreta, ele se disporá a colaborar com a CPI, respondendo às perguntas dos parlamentares. "Vou usar meu direito constitucional de permanecer em silêncio", disse Dadá, que logo em seguida deixou a sala. A sessão foi interrompida para aguardar a chegada do terceiro depoente, o araponga Jairo Martins.

12h22 - O ex-vereador em Goiânia Wladimir Garcez já deixou a sala onde é realizada a sessão.  É aguardada a participação de araponga Idalberto Matias Araújo, o Dadá. Os parlamentares discutem novamente como vão proceder durante seu depoimento, se farão ou não perguntas caso ele manifeste o direito de ficar em silêncio.

12h18 - Senadora Kátia Abreu (PSD-TO): "Estamos funcionando com uma comissão capenga. Ninguém entende porque essa comissão não tem vice-presidência. E gostaria de saber se podemos fazer a eleição da vice-presidência na próxima sessão (na terça-feira)". O presidente da CPI acolheu o pedido.

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12h14 - Senador Silvio Costa (PTB): "O que está se vendo nessa CPI é a briga do PT e do PSDB. Essa CPI vai valer o quê? Externar essa disputa doentia entre o PSDB e o PT", disse o senador, que defendeu a nomeação de 1º e 2º vice para pluralizar a discussão sobre os critérios de convocação dos depoentes.

12h09 - Após a declaração do senador Randolfe Rodrigues, o ex-vereador Wladimir Garcez afirmou que deixaria de responder às perguntas dos parlamentares a partir daquele momento.

12h05 - Senador Randolfe Rodigues (PSOL): "Quero acreditar que vossa senhora não mentiu quando disse que falaria a essa comissão sobre os fatos que tinha conhecimento. Estou partindo do que você mesmo falou. Só quero ouvir de ti qual o tipo de relação. Chama a atenção a relação que poderia ter, ou tem, com os governadores de Goiás e do Distrito Federal." O ex-vereador não respondeu.

12h - O Senador José Pimentel (PT-CE) saiu em defesa do relator e informou que os detalhes da atuação do ex-vereador e a extensão da investigação serão esclarecidas quando a comissão tiver acesso ao sigilo financeiro e no decorrer da sessão. Nesse momento, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL) tem o direito de fazer perguntas. Ele tenta saber o tipo de relação entre o ex-vereador e os governadores de Goiás e do Distrito Federal. O ex-vereador não respondeu.

11h51 - O relator, deputado Odair Cunha (PT-MG) respondeu a acusação do deputado tucano: "Esse vereador foi do PSDB, influenciava negócios do PSDB. Minha última pergunta foi justamente sobre as relações com o governo do Distrito Federal [atualmente sob comando de Agnelo Queiroz (PT)]. Mas se ele pertence aos quadros do PSDB, não é de minha responsabilidade."

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11h46 - Deputado tucano Carlos Sampaio (SP) afirma que o relator faz perguntas apenas com objetivo de atacar o PSDB, partido do governador Marconi Perillo, e não trata de forma abrangente as informações existentes na investigação feita pela PF sobre os negócios da Cachoeira. "Essa não é postura de magistrado. Não é essa a lógica da investigação. Não me parece correto esse procedimento."

11h37 - Relator pergunta sobre a informação da Polícia Federal de que o ex-vereador teria tentado levar R$ 500 mil à sede do governo de Goiás, a pedido de Cachoeira, numa caixa de computador. "Como coloquei, são montagens da PF para tentar fazer algum tipo de relação. Não houve esse momento. São datas diferentes", disse o ex-vereador. Essa foi a segunda pergunta a que o ex-vereador aceitou responder. A primeira foi sobre a venda da casa do governador de Goiás, que teria sido intermediada por ele, segundo a PF. Ele negou haver ilicitude.

11h30 - Relator lê trechos da investigação em que o nome do ex-vereador é mencionado e pergunta sobre as informações que o definiriam como ponte entre o grupo de Cachoeira e o governador Marconi Perillo (PSDB-GO). Mas o ex-vereador não respondeu às perguntas sobre o teor de possíveis encontros com o governador, sobre a citação de seu nome nas gravações e sobre a influência em indicações para cargos públicos. "Gostaria de manter meu direito constitucional de permanecer em silêncio", disse repetidas vezes. Questionou também sobre doações financeiras feitas por empresas ligadas a Cachoeira à campanha eleitoral do PSDB em Goiás, que teriam sido intermediadas pelo ex-vereador. O ex-vereador mantém silêncio.

11h23 - Em meio ao bate-boca dos parlamentares sobre seguir ou não com as perguntas, o presidente da CPI pergunta ao ex-vereador Wladimir Garcez se ele se dispõe a responder às perguntas. O ex-vereador afirmou que, caso as questões sejam sobre provas às quais ele teve acesso, irá responder. O relator deu sequência à sessão.

11h17 - Deputado Paulo Teixeira: "Não podemos renunciar à continuidade dessa sessão. Porque ele falou questões aqui que implicam altas autoridades do Estado de Goiás", disse ao se referir ao governador Marconi Perillo (PSDB-GO) e defendeu sua convocação. O deputado defende que os parlamentares que desejarem, façam perguntas. O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), coloca que tanto o depoente tem o direito de ficar em silêncio, quanto os parlamentares de seguirem com as perguntas.

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11h09 - O deputado Silvio Costa (PTB-PE) insiste para que os parlamentares não façam perguntas para, segundo ele, não municiar os depoentes. O relator rebate: "Ele não está 80 dias preso à toa. Concordo que é um direito dele, mas temos de ter clareza do jogo político que está colocado. Se ele ou qualquer depoente quando chegar a essa CPI e não disser nada, respeitamos o direito constitucional (de ficar em silêncio). Agora, usou esse espaço para se defender, tem que continuar ouvindo (os parlamentares)."

11h03 - O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), insiste para o ex-vereador responder às perguntas e lê suas questões. A cada uma delas, Wladimir Garcez diz que ficará em silêncio. No início da sessão, parlamentares aprovaram requerimento para que somente o relator fizesse perguntas, já que o depoente já sinalizou que não responderia nenhum questionamento. Parlamentares tentam formalizar qual será o procedimento a ser seguido.

10h56 - Ao final da leitura de seu depoimento, o ex-vereador em Goiânia reafirmou que não reconhece as provas coletadas pela Polícia Federal e que não responderá perguntas durante a sessão. "Gostaria de usar meu direito constitucional de permanecer em silêncio."

10h55 - O ex-vereador confirmou ter amizade com o governador Marconi Perillo (PSDB-GO), também mencionado nas gravações da Polícia Federal, mas negou articular negócios ou ter tido encontros ilícitos. "Não faço parte de nenhuma organização criminosa. Fui contratado pela empresa Delta para prestar consultoria a Cláudio Abreu (ex-diretor da Delta). Não participei de qualquer processo licitatório, nem de qualquer negócio. Também assessorava o senhor Carlos Augusto de Oliveira Ramos (Carlinhos Cachoeira)", afirmou. O ex-vereador disse ter pouco contato com Cachoeira e não ter tratado de assuntos ilícitos.

10h46 - Depoente ex-vereador Wladimir Garcez: "Só vou me manifestar sobre os assuntos que eu puder ouvir as gravações. Como os senhores sabem, estou preso e sendo processado acusado de pertencer a uma organização criminosa. Todas as gravações são ilícitas. Não reconheço qualquer validade jurídica dessas gravações (...) porque são imprestáveis. As datas não condizem com os diálogos. Peço aos senhores senadores e deputados que tenham maior zelo ao analisar esses áudios, pois muitos deles são montagens. (...) Das que eu ouvi, percebi muitas alterações."

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10h38 - Presidente da CPI cede à palavra ao ex-vereador em Goiânia Wladimir Garcez. Ele terá dez minutos iniciais. O ex-vereador lê seu depoimento: "Tenho maior respeito pelo Parlamento. (...) Estou preso há 86 dias, longe da família, (...) Estou acusado de crimes que não permitem a prisão preventiva."

10h37 - Senadores discutem se a sessão deve fazer perguntas aos depoentes ou transformar a sessão em administrativa, para discutir outros pontos relacionados à investigação. Foi sugerido que ao menos o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), faça perguntas aos três depoentes. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) pede o cumprimento ao requerimento que solicitou a quebra de sigilo da construtora Delta e o envio dos documentos à comissão.

10h25 - O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMBD-PB), abre a sessão

 

 
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