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Saiba quem é o militar do Exército alvo da PF suspeito de monitorar advogado ligado a Maia e Joice

Giancarlo Gomes Rodrigues foi alvo de busca e apreensão nesta segunda-feira, 29, e teria cumprido ordens de Alexandre Ramagem, diretor-geral da Abin no governo de Jair Bolsonaro (PL); Eduardo Bolsonaro criticou operação

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Foto do author Pedro Augusto Figueiredo
Por Pedro Augusto Figueiredo
Atualização:

Além do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), um militar do Exército é um dos alvos da operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta segunda-feira, 29, que investiga suposta espionagem ilegal praticada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo a PF, Giancarlo Gomes Rodrigues participou do monitoramento, sem autorização judicial, do advogado Roberto Bertholdo, que por sua vez é próximo dos ex-deputados federais Rodrigo Maia e Joice Hasselmann, adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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De acordo com os policiais, Rodrigues teria cumprido ordens de Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin. Atualmente deputado federal, ele também foi alvo de busca e apreensão na última quinta-feira, 25. O militar do Exército foi cedido para a agência na gestão de Ramagem e fazia parte do Centro de Inteligência Nacional (CIN).

A Polícia Federal apreendeu um computador da Abin durante busca e apreensão na casa de Giancarlo Rodrigues nesta segunda-feira. A esposa dele também é servidora do órgão de inteligência. O CIN é suspeito de integrar a chamada “Abin paralela” e operar a ferramenta First Mile para monitorar ilegalmente a localização de adversários e desafetos do governo Bolsonaro, além de pessoas ligadas à investigações contra o ex-presidente e seus filhos.

Giancarlo Gomes Rodrigues é apontado pela PF como integrante de um grupo que atuava dentro da Abin para monitorar políticos e adversários de Jair Bolsonaro sem autorização judicial. FOTO: WILTON JUNIOR/ESTADAO  Foto: WILTON JUNIOR

Carlos Bolsonaro é apontado pela PF como integrante do núcleo político da organização criminosa que teria se se instalado na Abin. O vereador também seria o destinatário das informações obtidas através do monitoramento ilegal. Ele ainda não se manifestou. O irmão de Carlos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse nas redes sociais que a operação é ilegal e imoral e que a Polícia Federal cometeu excessos durante o cumprimento da ação. Já o ex-presidente Jair Bolsonaro nega a existência de uma Abin paralela.

A operação foi pedida pela PGR e autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após a Polícia Federal encontrar conversas entre uma assessora de Carlos e um auxiliar de Ramagem. Nas mensagens, a assessora do vereador diz que precisa “muito de uma ajuda” sobre uma investigação que envolveria o “PR (presidente da República) e 3 filhos”. As duas também foram alvo de busca e apreensão.

A conversa entre elas foi descoberta a partir da quebra do sigilo telefônico e de mensagem de Ramagem na Operação Vigilância Aproximada realizada na quinta-feira. Segundo a Polícia Federal, o ex-diretor da Abin teria “incentivado e acobertado” o suposto esquema de arapongagem.

Assessora de Carlos Bolsonaro pediu ajuda de auxiliar de Alexandre Ramagem, então diretor da Abin, sobre inquéritos da Polícia Federal. Foto: Reprodução/Inquérito policial

A Operação Vigilância Aproximada, por sua vez, é uma continuação da Operação Última Milha, que, em outubro de 2023, chegou a prender servidores da Abin que usaram indevidamente o sistema de geolocalização de celulares do órgão para coerção. À época, o Estadão mostrou como a ofensiva ligou um sinal de alerta para o vereador Carlos Bolsonaro, que hoje é alvo de buscas.

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