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Zelenski critica neutralidade de Bolsonaro: ‘Preciso de uma posição do Brasil’

Presidente da Ucrânia comparou invasão russa à Segunda Guerra Mundial e repudiou líderes ocidentais que tentam assumir ‘mediação’ do conflito

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Por Redação
Atualização:

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, criticou a neutralidade do Brasil em relação à invasão daquele país pela Rússia e disse ter pedido ao presidente Jair Bolsonaro (PL) um posicionamento mais contundente sobre o conflito. Ambos conversaram por telefone na segunda-feira, 18, sobre a situação da guerra.

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“Eu não apoio a posição dele de neutralidade”, afirmou o ucraniano. “Eu disse isso para o presidente (Bolsonaro): ‘Preciso de uma posição do Brasil’.” As declarações foram feitas em entrevista à Globonews.

Zelenski comparou o conflito atual com a Segunda Guerra Mundial e disse que, naquele momento do século passado, a decisão de líderes mundiais de se colocarem como “mediadores” deu ao fascismo tempo para se espalhar pela Europa. O presidente ucraniano tem cobrado apoio do Ocidente para o seu país desde o início da invasão russa, em janeiro. A batalha de versões e alegações entre a Ucrânia e o Kremlin já fez com que o conflito fosse chamado por publicações internacionais de “guerra midiática”.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, criticou a neutralidade do Brasil sobre o conflito com a Rússia. Foto: Globonews

“Eu não acredito que alguém possa se manter neutro com uma guerra no mundo. Vamos pensar na Segunda Guerra Mundial. Muitos líderes ficaram neutros no primeiro momento. Isso permitiu que os fascistas engolissem metade da Europa e se expandissem mais e mais. Ninguém pode dizer ‘vou ser um mediador’. Mediador de quê? Um mediador na guerra?”, afirmou Zelenski.

Na contramão de outros países, o presidente Bolsonaro hesita em se posicionar claramente sobre a guerra na Ucrânia, argumentando que o País depende da Rússia para a importação de insumos para a agricultura, entre outras coisas. Ele também critica as sanções impostas ao país de Vladimir Putin por nações da Europa e os Estados Unidos. “As barreiras econômicas dos Estados Unidos e Europa contra a Rússia não deram certo, a minha linha foi do equilíbrio”, ele afirmou este mês, fazendo um elogio à sua atitude.

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