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Conheça histórias de quem vai entrar em 2015 com desejos de ano-novo realizados

Saúde, paz, amor, sucesso e prosperidade foram as metas. Psicólogos recomendam não se pressionar ao fazer planos

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 SÃO PAULO - Quando acabar a contagem regressiva e a zero hora iniciar o novo ano, milhões de pessoas ao redor do mundo vão se concentrar em seus melhores pensamentos para fazer os desejos que pretendem alcançar. Saúde, paz, sucesso, amor e prosperidade estão entre os principais pedidos em inscrições ou representados por cores em roupas e lingeries. Mas algumas pessoas já vão entrar em 2015 com a realização do que tanto almejavam e já se preparam para conquistar novas metas.

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Foi no dia 15 de maio que um problema de saúde assustou a publicitária Flávia Mantovanini, de 43 anos. Depois de avaliação do quadro, exames e uma biópsia, veio a confirmação: ela estava com câncer de mama. "Nesse momento, foi um susto gigante, foi um processo muito difícil, mas acabei tendo a iniciativa de fazer tudo muito rápido. No dia 29 de maio, fiz a cirurgia e comecei o tratamento."

Durante o mês de agosto, ela fez radioterapia e, ao ser avaliada, seus médicos verificaram que não seria necessário fazer quimioterapia. Curada do câncer, ela faz atualmente um tratamento hormonal. "Meu problema não era genético, era hormonal. Estou tendo efeitos colaterais, (o remédio) mexe com o humor, mas, graças a Deus, deu tudo certo." Para o próximo ano, ela tem como meta se manter saudável. "Eu ainda tenho muito medo, porque isso me abala emocionalmente. Na verdade, estou tentando olhar bem o que posso fazer para deixar minha saúde melhor. Não estou fazendo muitos planos, mas espero me cuidar e estar perto dos meus familiares e amigos."

Dois anos de preparativos, um ano ajudando na construção de um veleiro, mas a expectativa de percorrer os cinco continentes em uma viagem de dois anos e meio quase foi interrompida quando o estudante Emmanuel Schurmann, de 23 anos, descobriu que estava com linfoma de Hodgkin, tipo de câncer nos gânglios do sistema linfático, em junho deste ano. O embarque estava planejado para setembro. "No começo, achei que tinha muita coisa boa acontecendo para algo assim me segurar para trás. Então, nunca pensei negativo e sempre fiz tudo que podia para combater o câncer", diz.

O tratamento durou seis meses e foi realizado nos Estados Unidos, onde Schurmann mora. O embarque foi adiado para este mês. "Saí com eles para a despedida e voltei para terminar o tratamento. Agora, vou encontrá-los para embarcar e fazer a viagem toda", conta o integrante da Família Schurmann, que está realizando a "Expedição Oriente", prevista para terminar em 2016.

Paz. Mas 2014 trouxe a paz para a administradora hospitalar Thais Granado Cosomano Stirbulov, de 36 anos. Foram três anos de separação sem trocar nenhuma palavra após o fim de um casamento que durou oito anos . Thais não imaginava que voltaria a namorar o ex-marido nem que se casaria novamente com ele, mas teve essa surpresa neste ano, quando eles fizeram as pazes.

"Sempre fomos muito felizes, mas, por desencontros da vida, começamos a nos desajustar. Foram pequenos motivos que desgastaram a relação. Foi bem sofrido e traumático. Eu pensei, no início, que a gente não ia voltar nunca mais. Em meados de abril, procurei ele. Não tinha mais os telefones dele, só me lembrei de um e-mail pessoal. Fomos a um café e falei que ainda gostava muito dele. E foi recíproco."

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Thais conta que eles voltaram a conversar e até namoraram, mas logo resolveram recomeçar a vida com um novo casamento. Como já tinham se desfeito das alianças, compraram outras e apenas a casa onde estão morando é o que mantiveram do relacionamento "antigo". "A vida é nova. Esse tempo nos modificou, a gente cresceu. Eu me sinto em paz com ele, talvez seja o que eu mais sinto ao lado dele. O ápice da nossa felicidade é agora", conta a administradora hospitalar, que planeja ter um bebê no ano que vem. "A gente merece coroar a nossa história com um filho."

Foram 20 anos de espera para celebrar o amor com família, amigos e vestida a caráter. O sonho de ter um casamento tradicional ficou adormecido, mas quando a técnica de enfermagem Alexandra Aparecida Muniz de Souza, de 43 anos, foi selecionada em um programa de televisão para ganhar o primeiro aluguel de um vestido de noiva, não viu mais motivos para deixar de oficializar a relação que rendeu uma história de amor que enfrentou altos e baixos e deu ao casal duas filhas, uma de 14 e outra de 19 anos.

"A gente sempre quis, mas o tempo foi passando e a gente ia adiando. Aí, surgiu uma oportunidade de eu ganhar um vestido neste ano e isso reacendeu a vontade, aquele sonho que eu tinha e estava guardadinho. Comecei a pensar em festa, nos padrinhos. A minha filha mais velha foi madrinha e a mais nova levou as alianças", relembra.

E ela não ganhou só o vestido de presente. As alianças foram dadas por uma tia e parte da viagem de lua de mel para Natal foi paga pelos convidados, por meio de uma lista em uma empresa de viagem. "Tivemos uma festa com a colaboração de todo mundo." O casamento foi no dia 22 de novembro, após seis meses de preparativos.

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Sucesso. Em outubro deste ano, a estilista Erika Luciani Schmidt, de 21 anos, teve uma conquista que pode garantir sucesso em sua carreira. Ela venceu um concurso na Faculdade Santa Marcelina, onde cursou Moda, e ganhou um estágio de três meses na Itália, na marca de moda praia e roupas íntimas Yamamay. Erika passou por duas eliminatórias apresentando peças concebidas durante seu Trabalho de Conclusão de Curso. "Desde que entrei na faculdade, esperava ter um bom emprego, trabalhando em uma marca legal. Europa é o top da moda. Nem imaginava que ia conseguir ganhar", conta.

Será a primeira vez que a jovem vai morar fora do País. "Não vai ter família por perto, não sei falar a língua direito, mas é uma experiência que nada paga. A minha expectativa é a melhor possível, estou indo para aprender. Eu vou como estagiária e queria ser contratada." Erika vai fazer um curso de férias de italiano e deve viajar entre abril e maio de 2015.

A assessora comercial Fabricia Souza, de 33 anos, abriu mão dos gastos com diversão por um motivo: ter um imóvel próprio. O caminho para alcançar a prosperidade não era o mais fácil. Foi criada pelos avós e a vida financeira sempre foi apertada. Mas isso não a impediu de buscar uma formação e a batalhar por uma situação melhor.

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"Trabalho desde os 15 anos. Paguei minha faculdade. Sou assessora comercial de empresa e, por meio desse trabalho, sustento a minha avó, que é uma senhora de 90 anos. Comprei meu apartamento na planta e peguei as chaves em julho. É uma grande conquista, mas foi muito esforço, porque tive de me privar de algumas regalias. Juntava dinheiro para fazer minha poupança."

O segredo de Fabricia é a organização. "Não deixo de tomar um suco ou uma cerveja com os amigos para economizar, mas contabilizo os gastos."

Pressão. Não se pressionar é a principal orientação de especialistas na hora de estabelecer metas para o novo ano. "Planejar é saudável, mas não é como em uma empresa, que há pressões para atingir metas. As pessoas devem buscar coisas claras, objetivas e que elas possam atingir. Se você perguntar quais foram os sete desejos de quem pulou sete ondas, é bem provável que as pessoas não se lembrem, porque, geralmente, elas buscam coisas que não são concretas", explica Marina Arnoni Balieiro, psicóloga do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.

Marina recomenda trabalhar menos com números e mais com as próprias metas. "Se a pessoa pensa que precisa emagrecer, essa é a meta. É muito mais saudável. Porque se ela não emagrecer quantos quilos queria, pode ficar frustrada."

Psicóloga clínica e integrante da Sociedade Brasileira de Psicanálise, Blenda de Oliveira diz que a frustração pode ser evitada com o controle das expectativas. "Elas precisam estar em sintonia com o que queremos alcançar e é preciso ter conhecimento dos nossos limites e daquilo que estamos dispostos a fazer ou não", afirma.

Blenda diz ainda que é preciso saber lidar com o sucesso. "A gente tem mais experiência para lidar com o que não dá certo. O sucesso requer ter a capacidade de lidar com a vaidade e com o orgulho, além disso, dá a sensação de que a vida está ganha, mas não pode fazer com que a pessoa se ache superior aos outros. Mas ele pode trazer mais sucesso se ela não cair na armadilha da vaidade."

A psicóloga sugere ainda que as pessoas busquem ver "os obstáculos como oportunidades". "As pessoas que reclamam muito têm a tendência de não atingir as metas, pois gastam energia minando seus projetos."

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O controle da ansiedade também é fundamental. "Muitas pessoas deixam coisas para última hora o que atrapalha muito. Caso isto não ajude, pratique exercícios, faça relaxamento, tenha uma boa alimentação e durma bem. Pessoas que são mais ansiosas, podem ter ajuda de um especialista para aprender a gerenciar a ansiedade e o estresse", recomenda Silvia Maria Cury Ismael, gerente do Serviço de Psicologia do Hospital do Coração (HCor).

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