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Opinião|Diário da Mostra 2015 (5). Mais algumas apostas e dicas, para hoje e amanhã

 

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio

Desde Allá, da Venezuela Foto: Estadão

Hoje, entre outras atrações, é dia de conferir por que a Venezuela, com Desde Allá, foi capaz de ganhar o Leão de Ouro em Veneza, estatueta que o cinema brasileiro ainda não tem.

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Pardais, Islândia (2015), direção de Rúnar Rúnarsson. Ari, um adolescente que mora com a mãe, é enviado para viver com o pai em uma região remota e um tanto hostil. Rito de passagem para a vida adulta, pouco preso a clichês, uma boa amostra da retrospectiva nórdica.

Desde Allá, Venezuela (2015), direção de Lorenzo Vigas. Esse drama, vencedor do Leão de Ouro em Veneza, trabalha com o envolvimento entre um homem rico e um garoto de rua delinquente e violento. Seco, bem dirigido e revelador, testemunha a maturidade do novo cinema venezuelano.

Tigres, Alemanha (2015), direção de Danis Tanovic. Esse é programa obrigatório para médicos e pessoas que trabalham com a saúde. Denuncia ação de uma conhecida multinacional da área alimentar no Paquistão. O incentivo sutil para troca do leite materno por produtos industrializados foi responsável pelo aumento de mortalidade infantil no país.

Armadilha, Filipinas (2015), direção de Brillante Ma. Mendoza. Retrata a vida de três personagens após a passagem do furacão Haiyan, nas Filipinas. O diretor foca dramas individuais em meio à tragédia coletiva. Um filme muito triste, porém necessário.

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O Abraço da Serpente, Colômbia (2015), direção de Ciro Guerra. Título que anda muito badalado entre os cinéfilos da Mostra, refletindo o bom momento do cinema colombiano. Um xamã amazônico vive em isolamento na selva, até que um missionário norte-americano resolve entrar em contato com ele.

Sexta, dia 30

Lembramos que hoje há o imperdível O Botão de Pérola, do Chile. Mas outras boas atrações também estão disponíveis na grade horária, como Os Campos Voltarão, do italiano Ermanno Olmi, e Para o Outro Lado de Kiyoshi Kurosawa.

O Botão de Pérola, Chile (2015), direção de Patricio Guzmán. Nunca é demais insistir que este é um dos grandes filmes de toda a Mostra. Guzmán, diretor de obras-primas como A Batalha do Chile e Nostalgia da Luz, mais uma vez volta à ditadura militar do seu país, porém estabelecendo conexões antes nunca feitas. O filme é brilhante, esclarecedor e emocionante.

Seca, Brasil (2015), direção de Maria Augusta Ramos. Depois de abordar temas ligados à justiça e à polícia, a documentarista volta agora seu olhar para um problema crônico do país, o de populações que vivem precariamente em regiões com escassez de chuvas.

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Os Campos Voltarão, Itália (2014), direção de Ermanno Olmi. O grande cineasta italiano de Árvore dos Tamancos realiza um filme anti-bélico. Ambientado durante a 1ª Guerra Mundial, a história tem como personagens soldados mobilizados em uma montanha gelada.

Para o Outro Lado, Japão (2015), direção de Kiyoshi Kurosawa. Não fosse a sutileza da abordagem poderia parecer um banal filme de fantasmas. Kurosawa (não confundir com o Akira...), no entanto, dá dimensão metafísica à experiência de pessoas que começam a ver e conviver com seus entes queridos mortos.

Kaminski e Eu, Alemanha (2015), direção de Wolfgang Becker. Aguardado novo filme de Wolfgang Becker, de Adeus Lênin. Neste, ele conta a história de um jovem crítico de arte inescrupuloso que se aproxima de um pintor famoso com o pretexto de escrever sua biografia.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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