PUBLICIDADE

Publicidade

Secretário da Fazenda de SC pede exoneração do cargo

Max Bornholdt fez o pedido após a prisão do consultor técnico de assuntos econômicos da secretaria, Aldo Hey Neto, envolvido na Operação Dilúvio

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário da Fazenda de Santa Catarina, Max Bornholdt, pediu exoneração do cargo, que foi aceita pelo governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB), após a prisão do consultor técnico de assuntos econômicos da secretaria, Aldo Hey Neto, envolvido na Operação Dilúvio. "Ele traiu a minha confiança", afirmou Bornholdt. "Mais do que ninguém, desejo a mais absoluta e rigorosa apuração desses fatos". Aldo Neto, como era conhecido, deixou o trabalho na Secretaria da Fazenda do Paraná para integrar a equipe de Bornholdt há dois anos. Na quarta-feira da semana passada, foi preso em sua casa, em Florianópolis, onde a Polícia Federal encontrou uma mala recheada com R$ 649,3 mil e U$$ 57,6 mil, supostamente enviados por um amigo para comprar uma casa na cidade. Na casa de Curitiba, onde mora o companheiro do ex-consultor, mais dinheiro foi apreendido: R$ 1,3 milhão, em várias moedas. O governador Pinho Moreira determinou a exoneração de Aldo Neto. Bornholdt estava de férias no exterior no dia da prisão, e foi chamado de volta, retornando no final de semana. Ele afirmou que chegou a pensar em pedir apenas um afastamento, mas considerou mais adequado sair do governo para que sua presença não fosse "interpretada como inibidora das diligências" que uma comissão está fazendo. "O governador disse que não via necessidade da minha exoneração, mas aceitou o pedido", explicou. Bornholdt, que havia se afastado do seu escritório de advocacia em Joinville, onde é respeitado tributarista, garantiu que jamais assinou qualquer resolução que tivesse algum parecer contrário de sua equipe. Ex-colega do filho de Bornholdt na faculdade e por ele indicado, Aldo Neto foi o criador do Compex, um programa de incentivos fiscais para importação e exportação, que havia sido alvo de críticas por parte de políticos da oposição e de alguns empresários. Após 44 meses à frente da Secretaria da Fazenda, Bornholdt admitiu que ainda existe a possibilidade de fraudes, embora bem menor que há alguns anos. "Não sei se houve alguma irregularidade", disse ele, ressaltando que das cerca de 100 empresas beneficiadas pelo Compex há quatro ou cinco investigadas pela Operação Dilúvio. "O Estado tem 125 mil servidores ativos e inativos e sempre há alguém com algum problema na polícia". O secretário da Agricultura, Alfredo Felipe da Luz Sobrinho, vai acumular a função com a Secretaria da Fazenda, onde deverá permanecer depois de escolhido alguém para seu atual posto. Bornholdt disse que vai voltar para seu escritório: "Agora estou desempregado".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.