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Uma alimentação consciente no paraíso da comilança

Tendências de alimentação, bem-estar e agricultura para 2024 

Por Juliana Carreiro
Atualização:
 

 

Todos os anos a Revista Forbes divulga listas com tendências de práticas e de consumo em diferentes áreas, como: trabalho, viagens, inteligência artificial, profissões.... vou trazer os principais destaques nas áreas que interessam a este blog: alimentação, bem-estar e agricultura. Os dados são frutos de entrevistas com diversos especialistas das respectivas áreas, que falam sobre o mercado norte-americano. Mesmo assim, vale a pena ficarmos atentos às novidades que podem aparecer por aqui também.  

 

-Alimentação

 

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Além das entrevistas, a publicação se baseou em listas de tendências publicadas por supermercados e restaurantes do país, como o mercado de produtos orgânicos e naturais, Whole Foods. Segundo a empresa, a principal mudança para este ano é a diminuição do consumo de carnes artificiais pelos flexitarianos, vegetarianos e veganos. 

 

Os produtos ultraprocessados, normalmente feitos à base de soja transgênica e aditivos químicos, que buscam imitar as versões carnívoras, devem dar lugar a produtos feitos com vegetais, como cogumelos, nozes e legumes, e com uma lista pequena de ingredientes, o chamado rótulo limpo. Eles serão destinados a todos os consumidores. A FSR Magazine cita cardápios vegetarianos como a principal tendência para os restaurantes em 2024. 

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O segundo ítem da lista do Whole Foods são os produtos voltados para a saúde feminina, como chás de ervas que ajudam no tratamento de dores menstruais ou lactação; suplementos alimentares e barras energéticas para a menopausa e barras e snacks especialmente formulados para diferentes fases e ciclos, como a gravidez, estas novidades já estão sendo vistas em feiras e conferências do setor. 

 

A tendência que mais me chamou a atenção foi a do uso crescente da farinha de trigo sarraceno em massas, granolas ou biscoitos. Apesar de ter 'trigo' no nome, esta semente pode ser consumida por pessoas que tenham doença celíaca, alergia ou intolerância ao glúten. Pode ser encontrado em sua forma natural ou na forma de farinha, que substitui a farinha de trigo no preparo de bolos e pães, por exemplo.

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-Bem-estar

 

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Entre as tendências de bem-estar está o investimento em longevidade com a adoção de dietas como a chamada 'Dieta das Zonas Azuis', que visa promover um envelhecimento saudável. Cidades como Sardenha (Itália), Loma Linda (EUA), Nicoya (Costa Rica), Ikaria (Grécia) e Okinawa (Japão), localizadas nesta zona azul, têm populações vivendo mais e melhor. Além da prática de atividades físicas e de uma convivência saudável com parentes e amigos, os moradores destes locais têm em comum uma grande ingestão de alimentos orgânicos e naturais, como: vegetais, feijões, frutas e cereais integrais. 

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Também é esperado o crescimento da chamada nutrição de precisão, que além de avaliar a saúde e o histórico alimentar do paciente, analisa marcadores biológicos e dados de monitores contínuos de glicose, biomarcadores sanguíneos e até dispositivos vestíveis. Segundo a médica e nutricionista, Melina Jampolis, consultada pela Forbes, "A análise da enorme quantidade de dados gerados com essas inúmeras entradas só pode ser realizada com IA, o que levará à criação de algoritmos que fornecem recomendações de nutrição muito mais específicas ao nível individual. As comunidades médica e nutricional começaram a entender o poder dessa precisão para ajudar as pessoas a escolherem os melhores alimentos, padrões alimentares e suplementos".

 

-Agricultura e produção de alimentos 

 

O setor agrícola é responsável por quase um terço das emissões globais de carbono. Segundo os especialistas consultados pela Forbes, a temática está em alta entre as empresas do setor, que buscam soluções para reverter o problema. O sócio-gerente da Congruent Ventures, com sede na Califórnia, Joshua Posamentier, resume: "Um problema sobre o qual penso muito é como fazer com que todo o setor passe de carbono positivo para carbono negativo, melhorando ao mesmo tempo os custos e o ecossistema. A natureza é a forma mais escalonável de remover CO2 da atmosfera. As terras agrícolas são o melhor lugar para armazená-lo".

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De acordo com o investidor da Cleveland Avenue, aceleradora da nova geração de restaurantes, tecnologia de alimentos e bebidas dos Estados Unidos, Fabian Gosselin: "A indústria alimentar e agrícola em geral dará mais ênfase às soluções de inserção de carbono, em vez de projetos de compensação para reduzir o risco climático. Esta mudança levará ao desenvolvimento de novas tecnologias destinadas a reduzir as emissões de metano da pecuária por meio de rações inovadoras e técnicas de captura de carbono, e na melhoria da saúde do solo usando também inovações biotecnológicas e análises precisas. Colocar ênfase em inserções de carbono, que reduzem diretamente o impacto ambiental da indústria, juntamente com ferramentas confiáveis de medição de carbono para alimentos e agricultura-pecuária, será fundamental na reconstrução da confiança do consumidor e na orientação do setor para um futuro mais sustentável."

 

Segundo a fundadora da Planet FWD, plataforma voltada à descarbonização ambiental, Julia Collins: "Os líderes do espaço alimentar não só terão de reportar sobre o carbono, mas também reduzir as suas emissões. Com legislações de divulgação climática recentemente aprovadas, como a SB 253 da Califórnia, espero ver um afluxo de empresas alimentares à procura de soluções tecnológicas para as ajudar a medir, reportar e reduzir as suas emissões de carbono. As empresas alimentares que queiram assumir a liderança nesta área devem começar cedo, reportarão todos os três âmbitos de emissões e alinhar os seus relatórios com estratégias mais amplas de sustentabilidade e de negócio no futuro."

 

Segundo a vice-presidente de agricultura sustentável da PepsiCo, Margaret Henry, a agroecologia estará em alta este ano: "Queremos manter os agricultores cultivando em 2024 e ir mais além...as práticas agrícolas regenerativas serão fundamentais para satisfazer a crescente procura de alimentos, ao mesmo tempo que abordam os principais riscos associados à agricultura e pecuária - mas como empresa, não podemos fazer isto sozinhos. Olhando para o futuro, temos esperança de ver uma maior colaboração entre indústrias e setores, proporcionando às comunidades agrícolas globais o financiamento de sustentabilidade necessário para impulsionar a mudança sistêmica."

 

 

 

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