O Botafogo conquistou seu primeiro título da Libertadores, ampliando a hegemonia brasileira na competição.
Agora, o País tem 24 títulos e fica a um de igualar a Argentina com o maior número de taças da Libertadores na história. Em 2018, quando o River Plate venceu o Boca Juniors na decisão da competição daquele ano, o placar estava 25 a 19 para os hermanos. De lá para cá, só campeões brasileiros e com quatro finais entre times do País desde então.
E tudo indica que o Brasil irá ultrapassar a Argentina no número de títulos já em 2026.

A realidade desde o início da pandemia é que, enquanto o resto dos times do continente se enfraqueceram economicamente, os brasileiros viraram potências financeiras com a vinda das SAF’s, enquanto os clubes restantes da América do Sul nem de perto têm condições de competir.
Leia também
Juan Sebastian Verón, lendário jogador argentino e presidente do Estudiantes, quatro vezes campeão da Libertadores, ironizou no último mês em suas redes sociais quando ficou sabendo do prêmio em dinheiro dado ao campeão da Copa do Brasil de R$ 93,1 milhões.
“E aqui (na Argentina) no Torneio dos Campeões do Mundo e a Copa da Argentina, não dá nem para bancar os ônibus dos torcedores... mas o clube pertence aos sócios”, ironizou Verón.
O Estudiantes foi campeão da última Copa da Liga Argentina. A premiação em dinheiro? Meros US$ 500 mil, cerca de R$ 3 milhões.
Na Argentina, as SAF’s não são permitidas por lei. E mesmo gigantes como River Plate e Boca Juniors já não assustam mais tanto clubes brasileiros quando se enfrentam na Libertadores. Para se ter um panorama melhor: Borja e Merentiel jogaram no Palmeiras sem deixar qualquer saudade. O colombiano era odiado pela torcida. Hoje ambos são os camisas 9 titulares intocáveis de River e Boca.
Há cinco, dez anos, era quase impossível estrelas e promessas do futebol argentino virem jogar no futebol brasileiro. Atletas como Garro e Fausto Vera saem de seu país-natal para atuar no Brasil. Outras estrelas mais veteranas como Calleri e Almada sequer cogitam voltar. Galoppo, que saiu da Argentina como uma promessa e não vingou por aqui, foi especulado no Boca Juniors enquanto sequer era relacionado no São Paulo mesmo estando saudável.
Segundo o site “Transfermarkt.com”, dos 10 elencos mais valiosos da Libertadores de 2024, oito são brasileiros e dois são argentinos. A diferença do primeiro (Flamengo) para o quarto da lista (River Plate) é de quase 100 milhões de euros no valor de mercado dos elencos.
Em três dos últimos quatro anos o Brasil teve ao menos quatro representantes nas quartas de final da Libertadores. Em 2021 e 2024, foram cinco. No último ano, apenas o River representou a Argentina entre os oito finalistas, e foi atropelado pelo Atlético-MG, que nem entre os principais times do País no ano estava.
Obviamente, algum argentino pode ganhar a Libertadores no próximo ano, mas seria muito mais a exceção, a zebra, do que a regra. O continente é dominado pelos clubes brasileiros e podem apostar que a situação na próxima década, enquanto a Argentina como país sofre economicamente, e consequentemente seus clubes, não deve mudar. A América do Sul vai continuar verde-amarela futebolisticamente.