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Quarta etapa da Stock Car 2022 será disputada em uma das pistas do Aeroporto do Galeão, no Rio

O GP Galeão, como foi batizado nesta quarta-feira, não afetará a operação do aeroporto, que funcionará normalmente, segundo os organizadores; entenda

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Foto do author Marcio Dolzan

A cidade do Rio de Janeiro sediará no próximo ano a primeira prova da história do automobilismo profissional brasileiro numa pista de aeroporto. Na manhã desta quarta-feira, foi oficializada a quarta etapa da Stock Car 2022 em uma das pistas do Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão. O circuito traçado receberá o nome de Cacá Bueno, piloto carioca que é pentacampeão da modalidade, filho do narrador da Globo, Galvão Bueno.

A prova será realizada no dia 10 de abril em um traçado de 3.200 metros de extensão e 25 metros de largura - o dobro do habitual. A pista também contará com a maior reta da Stock Car, com mais de mil metros de comprimento. O traçado completo da prova ainda depende de pequenos detalhes para ser divulgado. 

A Stock Car volta dez anos depois ao Rio de Janeiro e terá corrida no Aeroporto do Galeão, em 2022. Foto: Stock Car

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Segundo os organizadores, o GP Galeão impactará o mínimo possível e não afetará a operação do aeroporto do Rio, que seguirá funcionando normalmente com chegadas e partidas. A pista que será utilizada para a corrida da Stock é mais afastada. Além disso, de acordo com a assessoria da concessionária que administra o aeroporto, todos os protocolos de segurança já foram ajustados e aprovados junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em dezembro, o aeroporto deve receber 4.200 voos.

Presente ao lançamento da etapa, Cacá Bueno foi o primeiro a testar o novo "autódromo" do Rio. Ele correu com seu carro no local para o vídeo promocional do evento. "A pista fica distante da outra, de de pousos e decolagens. E, como é na transversal, a gente não vai ter a influência do vento (provocado pelas aeronaves) soprando para os carros", disse o piloto ao Estadão. "A prova vai dar boas fotos, com um avião pousando ao fundo, mas não vai atrapalhar a nossa performance e, pelo que os administradores do Galeão disem, também não irá trazer prejuízo para a aviação."

Cacá acredita que a corrida terá características únicas em relação às demais provas do calendário. "O circuito do Galeão tende a ser o mais rápido. A gente ainda tem de validá-lo, com um último treino lá, para ver se não vai ser rápido de modo que nos obrigue a colocar um limitador de sexta (marcha) ou desenhar algum tipo de chicane, por exemplo", considerou. "A largura é o dobro do circuito normal da Stock. Isso vai causar a oportunidade de traçados diferentes na aproximação da curva."

Em nota, os gestores garantiram a prova. "O Aeroporto Internacional Tom Jobim é o maior equipamento urbano do Rio. Por isso, a realização de uma das etapas da Stock Car no local não impacta a sua operação. Uma das retas do circuito será realizada na pista 10/28, considerada a maior comercial do Brasil, com 4 mil metros de comprimento por 45 de largura. A outra pista do Galeão, segundo os organizadores, comportará com segurança a operação regular do aeroporto. A ação seguirá todas as diretrizes dos órgãos competentes a fim de garantir um evento seguro. A iniciativa marca a capacidade do aeroporto de ser um grande indutor para o desenvolvimento econômico do Rio e para ser sede de eventos importantes na cidade. Acredita no potencial turístico e econômico do Estado e, ao lado de importantes parceiros, implementa estratégias para a retomada do setor.".

O público poderá acompanhar a prova através de arquibancadas que serão erguidas no local. Ainda não foi definida a capacidade total, mas tudo indica que será menor do que a encontrada em autódromos tradicionais.

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A Stock Car surgiu em 1979, com a cidade do Rio tendo sediado 42 provas a partir de então. Desde 2012, contudo, a capital fluminense não recebe nenhuma etapa da categoria. Isso aconteceu porque o Autódromo de Jacarepaguá, onde eram realizadas as provas, foi demolido para a construção do Parque Olímpico da Barra, principal local de disputas dos Jogos do Rio-2016.

Outros aeroportos também já receberam corridas

Inédita no Brasil no automobilismo profissional, provas em pistas de aeroportos não chega a ser tão incomum em outros países. A Fórmula 1 já correu na base aérea de Zeltweg, cidade da Áustria, entre 1963 e 1968. O GP foi descartado para os anos seguintes depois que pilotos e equipes criticaram a falta de segurança na pista.

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Um dos casos mais conhecidos é do aeroporto Burke Lakefront, em Cleveland, nos Estados Unidos, que recebeu corridas da Indy e Cart entre 1982 e 2007. O brasileiro Emerson Fittipaldi venceu em três oportunidades. O aeroporto de Edmonton, no Canadá, também teve corridas da categoria entre 2005 e 2012. A última edição foi vencida pelo brasileiro Hélio Castro Neves. Um pequeno aeroporto da cidade de São Petersburgo, na Flórida, também tem sua pista utilizada como reta dos boxes.

Na Fórmula E, o aeroporto de Tempelhof, em Berlim, na Alemanha, é um dos circuitos desde 2015. A exceção foi na temporada 2015–16, quando parte do local virou um abrigo para refugiados, e a corrida precisou ser realizada em outra área da capital alemã. / COLABOROU PEDRO RAMOS

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