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Queda no movimento de comércio em rua no Recife é anterior ao atual governo federal

Processo de fechamento de lojas na Rua da Imperatriz, no centro da capital pernambucana, é antigo; reportagens tratam do tema desde 2016

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Por Bernardo Costa

O que estão compartilhando: vídeo da Rua da Imperatriz, no Centro do Recife (PE), mostra uma série de lojas fechadas e com pouca movimentação. A pessoa que grava o vídeo diz que o local, hoje esvaziado, era um grande centro comercial com intenso fluxo de clientes. Já o homem que reproduz a gravação no Instagram afirma que o Nordeste elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e agora está colhendo o que plantou.

O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é enganoso. A queda do comércio na Rua da Imperatriz vem sendo tratada pela imprensa antes de Lula assumir o terceiro mandato como presidente. As reportagens mostram que a região vem registrando fechamento de lojas desde 2016. O presidente da Associação Comercial de Pernambuco (ACP), Tiago Carneiro, disse ao Verifica que o processo de falência remonta ao início dos anos 2000, e está relacionado a problemas locais de infraestrutura e segurança e a mudanças no comportamento de consumo dos clientes.

Captura de tela da postagem verificada Foto: Reprodução/Instagram

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Saiba mais: Em uma busca na internet, é possível localizar reportagens antigas, anteriores ao atual governo, que tratam da decadência do comércio na Rua Imperatriz, no Centro do Recife. Em 2016, o Diário de Pernambuco já tratava do problema, relatando 12 lojas fechadas e esforço dos lojistas para atrair clientes. Três anos depois, o mesmo veículo informava 24 lojas desativadas de um total de 84 estabelecimentos comerciais.

Ainda em 2019, matéria de telejornal local da TV Globo abordou a falência do comércio na região, processo que, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Recife, ouvida na reportagem, teve início quatro anos antes. O texto cita, pelo menos, 20 lojas fechadas à época. Já o portal OxeRecife fala em 36 lojas fechadas em dezembro de 2020.

Ao Estadão Verifica, o presidente da Associação Comercial de Pernambuco (ACP), Tiago Carneiro, afirmou que a queda do comércio na Rua da Imperatriz é um problema que vem de várias décadas. “Seguramente, ali no início dos anos 2000, o comércio local já tinha sido bastante impactado”, afirma.

Segundo ele, o fechamento de lojas na região está relacionado a diversos fatores, a exemplo de problemas locais de infraestrutura, como calçamento e iluminação deficitários, e de segurança, além de mudanças no comportamento do consumidor. “As pessoas consumiam nas ruas do Centro. Hoje, elas preferem shoppings centers ou centros comerciais privados, que oferecem maior comodidade ao cliente, pois investem em segurança própria, ambiente climatizado e outras comodidades, como estacionamento”, diz o presidente da ACP.

Mais recentemente, segundo avalia Carneiro, a pandemia da covid-19 e o crescimento do mercado de e-commerce também contribuíram para agravar a crise na região: “A pandemia afetou não só o comércio da Rua da Imperatriz, mas de toda a região do Centro de Recife. Já os sites de vendas online oferecem melhores condições ao cliente do que as lojas físicas, sem que o consumidor precise sair de casa. Após pandemia, essas plataformas digitais ainda cresceram muito”.

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No final do ano passado, a Rua da Imperatriz foi incluída na Lei do Recentro que, instituída pela Prefeitura do Recife, pretende revitalizar o Centro a partir de incentivos fiscais à iniciativa privada. “O programa é um caminho que pode trazer viabilidade e pujança para o comércio da região”, disse Tiago Carneiro.

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