Saiba quem são as duas brasileiras desaparecidas em Israel após ataque do Hamas

De acordo com informações do Itamaraty, Bruna Valeanu, de 24 anos, e Karla Stelzer Mendes, de 41 anos, estavam na rave que foi atacada pelo grupo terrorista neste fim de semana

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Por Giovanna Castro
Atualização:

Duas mulheres brasileiras que estavam na festa de música eletrônica atacada pelo grupo terrorista Hamas em Israel neste sábado, 7, continuam desaparecidas, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty. Bruna Valeanu, de 24 anos, e Karla Stelzer Mendes, de 41, são naturais do Rio de Janeiro e moram ou já moraram em Israel. Um terceiro brasileiro que estava desaparecido, Ranani Glazer, de 24 anos, foi declarado morto pelo governo brasileiro na manhã desta terça-feira, 10.

De acordo com informações do Itamaraty, Bruna Valeanu, de 24 anos, e Karla Stelzer Mendes, de 41 anos, estavam na rave que foi atacada pelo grupo terrorista neste fim de semana. Foto: Imagem: Karla Stelzer/Facebook - bruvaleanu_/Instagram

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Segundo informações da sua página no Facebook, Bruna se mudou para Israel em 2015 e hoje mora em Petah Tikva, cidade a 10 quilômetros da capital Tel Aviv, com sua mãe, Roza Valeanu, também carioca. Ainda no Brasil, ela trabalhou em um movimento sionista religioso chamado Bnei Akiva e estudou na escola judia bilíngue TTH Barilan, que tem duas unidades no Rio.

Atualmente, Bruna estudava Comunicação, Sociologia e Antropologia na Universidade de Tel Aviv, com competência em Marketing. Ela já trabalhou como representante de vendas e foi instrutora de tiro nas Forças de Defesa de Israel por dois anos, entre 2018 e 2020.

Em 25 de setembro, Bruna comemorou seu aniversário de 24 anos e recebeu uma mensagem amorosa de sua mãe no Instagram. “Parabéns para a minha oncinha mais linda do mundo”, disse Roza na legenda de uma foto das duas em uma praia. “Te amo, mamãe, obrigada por tudo”, respondeu Bruna. Na rede social, a jovem aparece em diversas fotos com amigos em festas e praias.

Karla Stelzer Mendes também mora ou já morou em Israel. A informação não fica explícita em sua página no Facebook, mas ela respondeu a um amigo há quatro anos que estava morando em Moshav, uma comunidade rural cooperativa que fica ao sul do país. Após seu desaparecimento, uma mulher também do Rio de Janeiro disse em um post na mesma rede social que fez aula de judaísmo com Karla.

A reportagem tentou contato com a família das desaparecidas, mas não recebeu resposta até a publicação do texto. O canal permanece aberto caso queiram se manifestar.

Entenda o ocorrido

A festa de música eletrônica, também conhecida como rave, acontecia no deserto de Negev, perto do Kibutz Re-im, a 5 km da Faixa de Gaza, no sábado, 7, quando foi invadida por terroristas do Hamas. Segundo relatos de vítimas, homens armados cercaram o local, lançaram granadas e dispararam contra as pessoas que ali estavam.

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As vítimas contam ainda que um alerta de foguetes tocou logo ao amanhecer, seguidos dos barulhos de tiros. Algumas pessoas tentaram fugir do local correndo ou em carros, mas encontraram com jipes de terroristas armados.

Parte das vítimas se abrigou em um bunker após o ataque, incluindo alguns brasileiros, como Ranani Glazer, que veio a falecer posteriormente mas chegou a postar um vídeo no abrigo, e Juarez Petrillo (DJ Swarup), pai do DJ Alok, que se apresentaria no evento.

Mais de 260 pessoas morreram na rave, além de milhares que foram atacados em outros locais – até a segunda-feira, 10, o conflito já teria deixado cerca de 1.500 pessoas mortas, sendo ao menos 800 do lado de Israel e 687 palestinos.

A ofensiva do grupo terrorista é o pior sofrido por Israel em 50 anos. Por ar, terra e mar, com foguetes e combatentes armados, a facção adentrou o território israelense e realizou sequestros e massacres, como os registrados na rave onde estavam os brasileiros.

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