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Carlos Bolsonaro diz que investigação sobre ‘Abin paralela’ é ‘covardia extrema’; veja vídeo

Vereador criticou ações da PF em sessão para entrega de homenagem ao deputado Alexandre Ramagem na Câmara Municipal do Rio; investigados negam monitoramentos ilegais do órgão

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Por Julia Camim
Atualização:

O vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira, 11, que a investigação da Polícia Federal (PF) contra ele sobre as supostas espionagens ilegais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é “uma covardia extrema”. Para o vereador, a ação rende “um trauma desnecessário” à família do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da agência e pré-candidato à prefeitura da capital fluminense, também investigado.

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A declaração ocorreu durante a entrega da maior honraria do Legislativo do Rio, a medalha Pedro Ernesto, ao deputado federal. No discurso na Câmara Municipal, o vereador afirmou não ter mantido relação com Ramagem enquanto ele exercia a função de diretor da Abin. “Foi nenhuma (relação). É curioso, chega a ser engraçado. Tive uma preocupação inicial de jamais demonstrar qualquer tipo de proximidade profissional”, afirmou o filho do ex-presidente.

De acordo com Carlos, o afastamento do amigo se deu para evitar que fizessem “maldade” com os dois. “E culminou os senhores sabem com o quê”, disse o vereador se referindo a investigação que tem como alvo os dois parlamentares e apura a existência de ligação entre eles e as ações da “Abin paralela”.

Carlos e Ramagem foram alvos de mandados de busca e apreensão pela PF nos dias 25 e 29 de janeiro e negam ter participado de monitoramento de autoridades no órgão. Segundo Fábio Wajngarten, advogado da família Bolsonaro, não foi encontrado “nenhum computador de quem quer que seja na residência ou no gabinete de Carlos”.

O deputado Alexandre Ramagem e o vereador Carlos Bolsonaro, ambos investigados pela PF, se chamam de "amigos" na Câmara. Foto: Reprodução/X/@CarlosBolsonaro

Carlos disse ainda que jamais pensou que essa situação poderia ocorrer. “Uma covardia extrema. Jamais pensei que o Ramagem, como presidente da Abin e então deputado federal, fosse passar pelo que passou”, afirmou o vereador, afirmando que “essas coisas acontecem não por acaso, mas certamente para nos fortalecer”.

A apuração da PF aponta que o órgão, durante o governo Bolsonaro, espionou ilegalmente ministros, integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), deputados, ex-governadores e senadores que compuseram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

O filho do ex-chefe do Executivo foi incluído no inquérito depois que a PF encontrou conversas entre uma assessora dele e uma auxiliar de Ramagem sobre inquéritos de interesse da família Bolsonaro. A servidora, que pedia “ajuda”, informou o número das investigações e disse que elas envolveriam o “PR (presidente da República) e 3 filhos”.

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O ex-presidente negou a existência de uma “Abin paralela” e afirmou que o caso é uma “perseguição claríssima” contra ele e os filhos. “Eu não tenho inteligência. Não chega nada para mim. Quando eu falei da minha inteligência paralela, quem é minha inteligência paralela? Está pegando fogo lá na Amazônia, eu ligo para o coronel Menezes: ‘Menezes, como está essa questão de fogo?’ O cara fala pra mim”, afirmou Bolsonaro em live.

Durante o evento, o ex-presidente, chamado de “maior líder político do País” por Ramagem, também homenageou o deputado. Ele disse, em vídeo exibido na Câmara, que o pré-candidato à prefeitura do Rio exerceu “um excelente trabalho em todas as funções que ele desempenhou” e que tem “tudo para dar certo”.

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