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Saiba como pensa Nikolas Ferreira, deputado federal mais votado do Brasil

Deputado defende educação financeira nas escolas no contra-turno

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Por Marcela Villar , Laís Adriana e Daniel Vilanova
Atualização:

Nikolas Ferreira (PL-MG) foi o deputado federal mais votado do Brasil em 2022. Ele nasceu em Belo Horizonte, em 1996 e ganhou popularidade no YouTube defendendo pautas conservadoras e demonstrando seu apoio ao governo Bolsonaro. Em 2020, se elegeu vereador em BH com 29.377 votos, se tornando o segundo parlamentar mais votado da história da cidade. Ferreira, bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), quebrou outro recorde ao se tornar o deputado federal mais votado de Minas Gerais em 2022, com 1.492.047 votos.

Deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL-MG) foi o mais votado do Brasil  Foto: Reprodução/Facebook

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Como vai ajudar a melhorar a educação do país?

Como já fiz em Belo Horizonte, acredito que a educação básica é o foco. Quando a gente olha para o investimento da educação básica, ela é menor. E não somente no âmbito financeiro, tem de formar uma grade curricular melhor de ensino. Aqui, tenho um projeto que virou lei em que o aluno, no contra-turno da escola, tem empreendedorismo, educação financeira, noções de economia, que acredito que seja o foco para a gente mudar a educação do nosso país.

Não é uma fórmula mágica. Para que isso aconteça, vai demorar bastante tempo para conseguir reverter o nosso sistema de educação, mas acredito que é um pequeno passo. A educação financeira nas escolas pode mostrar para as crianças o que pode ser um controle financeiro e eles podem ter uma condição de gerir melhor o dinheiro deles.

Em relação a programa de transferência de renda, como auxílio brasil, você é favorável da forma que ele está ou você acha que dá para ter alguma modificação?

Sou favorável. Acredito que deve ser em um caráter paliativo e não como uma troca de votos, como acredito ali nos governos anteriores, principalmente no PT. Vejo que o auxílio Brasil, tem uma mudança diferente do Bolsa Família muito interessante. Quando a pessoa consegue um emprego, ela não perde automaticamente esse auxílio. Isso é muito bom, porque dá um estímulo para essa pessoa buscar um emprego para ter uma renda através do trabalho. Então acho que é ainda mais necessário, mesmo sabendo que sofremos consequências econômicas com isso, a fome não pode esperar.

Como você acha que o congresso deve combater nesses próximos quatro anos a falta de transparência do uso de recursos públicos?

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Fiz um projeto que virou lei também aqui em Belo Horizonte, que todo suplementar que o Executivo pega deve ser justificado. Antes, não era. Era como pedir dinheiro emprestado para falar: Para quê? E você basicamente ia confiar em mim. Só que a gente tá tratando com dinheiro público, dinheiro pago com impostos. Então, acho que nada mais respeitoso ter transparência com o dinheiro de quem paga, de quem trabalha para isso. Acredito que isso possa ser feito também no processo nacional para ter maior transparência.

Agora, os gastos tanto dos deputados quanto dos senadores, já são bem transparentes no portal. A Câmara federal tem um sistema muito legal para ver quanto que cada um gasta, seja de verba indenizatória, seja de cada legislador e acredito que precisamos sempre estar atentos. Eu seria um fiscal do executivo.

Você acha que devem ser feitas as reformas econômicas?

Reforma tributária é uma das mais urgentes. A legislação tributária que temos hoje no Brasil pesa literalmente um elefante. É pesado para todos. Quando a gente olha para outros países que têm uma carga tributária menor, há maior liberdade e prosperidade. Porque hoje para empregar uma pessoa, você gasta 101% a mais naquilo. É como se estivesse empregando duas, mas tendo ali o serviço somente de uma. Podem contar comigo 100% para essa reforma para desafogar o empreendedor aqui no Brasil. Não há empregados e não há patrão, então a gente precisa olhar para ambos os lados.

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Com relação ao teto de gastos, isso é algo feito agora no governo Bolsonaro. Acho que é algo bom, feito no governo Temer, que estabeleceria ali um teto de gasto, com relação à saúde e à educação. Já é previsto na Constituição o mínimo que o país deve investir. Vejo que deve ter um teto de gastos. Precisamos compreender que quanto mais trabalho, mais consumo vai ter, e mais arrecadação vai ter a parte do Estado. Precisamos sempre focar em formação de emprego, para que não precise sempre cortando em locais que de fato são importantes.

Qual seria o papel, na sua visão, do estado na preservação ou não de direitos humanos, de legalização do aborto, legalização das drogas, liberdade religiosa e no discurso de gênero?

Acho que é importante a gente preservar parte do povo brasileiro. O Brasil é terra de Santa Cruz, nós temos vários estados aqui as cidades também possuem nome com origem cristã, Santa Catarina, São Paulo. O cristianismo é bem enraizado aqui no nosso país e formou a nossa cultura. Acho que isso é algo realmente a ser preservado e ser levado em consideração nas decisões que tomamos aqui para o nosso país. Nosso país tem tanto tempo de história, é porque algo tem dado certo. Não posso ignorar este princípio, esta raiz.

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Com relação a esses temas, que estão mais sensíveis, quanto a questão de gênero, a questão da liberdade religiosa, do estado laico, etc... são muitas respostas para muitas perguntas né?

Tenho meu posicionamento com relação à questão de gênero. Acho que, pelo que estudei até hoje, são estudos muito artificiais, não profundos e estão sendo colocados hoje em dia simplesmente como uma ciência exata. E há um estudo do [comentarista norte-americano de direita] Matt Walsh, na verdade, um documentário, que mostra o perigo com relação ao estudo de gênero, dessa imposição de gênero nas crianças.

Acho que isso deve ser debatido com mais profundidade, mais seriedade, com respeito. Porque hoje, basicamente, você não pode nem mais questionar, colocaram ali uma ciência como se fosse exata, mas que não é exata e querem impor isso de qualquer forma. Então daquilo que estudei até hoje com relação a gênero, sexualidade, acredito que o Congresso deve discutir levando em consideração as questões científicas, religiosas e morais para que a gente não decida por mera questão emocional.

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