THE NEW YORK TIMES - A cerimônia da noite de quarta-feira, 11, do MTV Video Music Awards marcou o 40º aniversário do evento, e muitas das festividades buscaram um déjà vu ao homenagear performances memoráveis e momentos de edições passadas. Montagens de “flashbacks do VMA”, como Michael Jackson beijando calorosamente Lisa Marie Presley, Madonna se contorcendo em Like a Virgin e Eminem invadindo o prédio com um regimento de sósias temperaram a transmissão.
As apresentações deste ano relembraram esses momentos, às vezes de maneira explícita. Eminem, por exemplo, abriu o show performando seu último single, Houdini, ao lado de um exército vestido para se parecer com ele, com barbas escuras sob perucas loiras que faziam referência aos velhos tempos. A apresentadora Megan Thee Stallion vestiu um traje que fazia referência ao top verde sedoso que Britney Spears usou em 2001 para performar I’m a Slave 4 U, e também exibiu uma jiboia amarela — embora o desconforto genuíno de Megan com a criatura tenha funcionado para efeito cômico.
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Os VMAs estão sempre em busca de novas estrelas para assumir o manto dos ícones da era clássica dos videoclipes. A turma deste ano, que incluiu Sabrina Carpenter, Chappell Roan, Tyla e Rauw Alejandro, se destacou em meio às referências retrô. Katy Perry fez a ponte entre as eras, e Taylor Swift fez o que faz de melhor em premiações — dançou fervorosamente com outros artistas e colecionou prêmios. Aqui estão os destaques.
Shawn Mendes retornou ao palco com música nova
A última vez que Shawn Mendes esteve no palco do VMA foi em 2021, quando performou Summer of Love com Tainy. Ele havia lançado o álbum Wonder em 2020, mas adiou uma turnê de 2022 para focar em sua saúde mental. Na quarta, Mendes retornou ao palco para cantar um novo single acústico e despojado, Nobody Knows, de seu próximo álbum Shawn, previsto para outubro. Fãs especularam nas redes sociais que a música continha uma referência à sua ex-namorada e também performer do VMA, Camila Cabello. Na música, Mendes canta: “Quando a garrafa está aberta, qualquer coisa pode acontecer / voando perto demais do sol”. A bio do Instagram de Cabello diz: “cabelos longos e pretos agora brancos de voar perto demais do sol.” — SHIVANI GONZALEZ
Sabrina Carpenter se divertiu entrando na estética do ‘homem da lua’
Sabrina Carpenter, que se apresentou na premiação pelo segundo ano consecutivo, abraçou tudo relacionado ao espaço e aos extraterrestres, aparentemente uma referência aos troféus do “homem da lua” entregues aos vencedores.
Ela foi apresentada por Cyndi Lauper, que ganhou o prêmio de melhor vídeo feminino por Girls Just Wanna Have Fun na primeira edição do VMA há 40 anos. Reforçando esse fato, Lauper elogiou o uso da palavra “filho da p***” por Carpenter em seu hit Please, Please, Please. Carpenter apresentou a música em um mash-up com Taste e Espresso, sucessos de seu álbum recente Short n’ Sweet. Carpenter beijou um alienígena, dançou com um homem da lua e liderou um grupo de astronautas em uma dança coreografada em um cenário que era pura brincadeira celestial. E a inspiração aparentemente valeu a pena: mais tarde naquela noite, ela levou seu primeiro ‘homem da lua’ com Espresso ganhando a canção do ano. — GONZALEZ
Katy Perry esteve no seu melhor e no topo das paradas
Katy Perry aceitou seu prêmio Video Vanguard após passar por um medley brilhante de hits, incluindo Teenage Dream, I Kissed a Girl e Firework — e ela fez isso em seu período menstrual, como anunciou à plateia, ainda suada. Ao apresentar Perry, seu marido, Orlando Bloom, comentou sobre seu senso de humor peculiar, um tipo de figura caricata que deixou uma marca indelével na música pop do século 21. (Seu sutiã de chantilly, usado no clipe de 2010 de California Gurls, é uma imagem definidora da era). Seus singles eram exuberantes e sem medo de soarem bobos (“Você já se sentiu como um saco plástico?” — E você? Já?), e a performance foi Perry no seu melhor.
Abrindo com cabos suficientes para encher um filme de artes marciais, Perry se movimentou poderosamente através de seus sucessos, enquanto também intercalava singles mais novos — incluindo I’m His, He’s Mine, com Doechii, previsto para lançamento na sexta-feira, 13 — sem nunca deixar o público se deter em nenhum de seus erros. Antes de seu próximo álbum, Perry foi criticada por parecer descompassada com a música contemporânea. Mas ela se apresentou como se sua carreira dependesse disso na quarta-feira à noite, e, ao aceitar seu prêmio, refletiu sobre seu passado, dizendo: “Não há acidentes que duram uma década”. Ela reconheceu o início de sua carreira, citando um “Jetta recuperado” e os “lugares que se foram”, como Myspace e o festival Warped Tour, que lhe deram um ponto de apoio na indústria. Então, ela anunciou a data de lançamento de 20 de setembro para seu próximo álbum, 143. Ela conquistou aquele momento. — ROSS SCARANO
Chappell Roan trouxe o fogo — e aqueceu corações
Em sua primeira performance no VMA, Chappell Roan canalizou uma pilhagem medieval, performando Good Luck, Babe! em uma armadura completa ao lado de cavaleiros dançantes e à frente de um castelo que parecia estar em chamas.
Esse não foi o único momento ardente. No tapete vermelho antes do show, Roan respondeu a um fotógrafo que parecia ter lhe dito para “calar a boca”, entremeando um palavrão enquanto Roan estava se preparando para posar para as câmeras. “Você que cale a p**** da boca,” ela retrucou.
Mais tarde, ela aceitou o prêmio de Melhor Artista Revelação vestindo um vestido de armadura e dedicou a conquista às artistas drag que a inspiram, “pessoas queer e trans que alimentam o pop” e “os gays que dedicam minhas músicas às pessoas que eles amam ou odeiam.”
Roan, que é de Willard, Missouri, encerrou o discurso com um agradecimento: “Para todas as crianças queer assistindo agora no Centro-Oeste: eu vejo vocês, eu entendo vocês porque eu sou um(a) de vocês. Não deixe ninguém dizer que você não pode ser exatamente quem você quer ser,” pontuando isso com um último palavrão. — GONZALEZ
Tyla trouxe um ponto
Sem dúvida, o Video Music Awards tinha boas intenções ao adicionar a categoria Afrobeats em 2022, reconhecendo o impacto global da música pop africana. Apenas um problema: Afrobeats não é sinônimo de música pop africana. É o nome de uma batida específica da Nigéria, e é um termo tão específico quanto reggae ou samba. Isso exigiu diplomacia da vencedora da categoria deste ano: Tyla, que fez sucesso mundial com Water.
Tyla é da África do Sul; a batida de Water é amapiano, um estilo sul-africano, não Afrobeats. Ela saboreou o prêmio, dizendo que mostrava “que a música africana também pode ser música pop”. Mas ela prosseguiu para oferecer uma lição gentil. “Isso é tão especial, mas também agridoce porque eu sei que há uma tendência de agrupar todos os artistas africanos sob Afrobeats,” ela disse. “É uma questão. E, mesmo que Afrobeats tenha comandado as coisas e aberto tantas portas para nós, a música africana é tão diversa. É mais do que apenas Afrobeats. Eu venho da África do Sul, eu represento o amapiano. Eu represento minha cultura”. Ela sorriu enquanto falava, mas seu ponto estava claro. — JON PARELES
LL Cool J é gigante como nunca
Os amantes do hip-hop podem ter se preocupado que a celebração do 50º aniversário do gênero no ano passado pudesse ser uma oportunidade única na vida para homenagear os grandes. O vigoroso set de LL Cool J, apresentando seus colegas de gravadora da Def Jam, Public Enemy, dissipou qualquer noção desse tipo. LL Cool J fez singles de sucesso em três décadas, incluindo meados dos anos 80, quando o gênero ainda era considerado uma moda passageira. Na semana passada, ele lançou seu último álbum, The Force — não uma instalação empoeirada de museu.
Na quarta-feira, ele desfilou por um medley que era confiante, vigoroso, espirituoso, orgulhoso, romântico e atrevido, enquanto a MTV equipava os fãs nas primeiras fileiras com chapéus e placas coordenados, adequados para uma convenção política. — SCARANO
Taylor Swift estabeleceu um recorde do VMA e lembrou os telespectadores de se registrar para votar
Os cantos de “Tay-lor” transformaram a UBS Arena, onde o VMA foi realizado, em um grande comício de entusiasmo enquanto Swift recebia o prêmio de Vídeo do Ano ao lado de Post Malone, destaque em Fortnight. Ela agora superou Beyoncé como a artista solo mais premiada, com 30 estatuetas, embora Swift não tenha usado seu discurso para notar a ocasião. (Beyoncé tem 25 prêmios por seu trabalho solo; 30 no total).
Em vez disso, ela agradeceu a seus colaboradores e fez um agradecimento especial a um em particular. “Este vídeo parece muito triste quando você assiste, mas, na verdade, foi o vídeo mais divertido de fazer,” ela disse. “Algo que eu sempre vou lembrar é que quando eu terminava uma tomada e dizia ‘corta’, eu sempre ouvia alguém torcendo”. Era seu namorado, Travis Kelce. “Tudo o que esse homem toca se transforma em felicidade, diversão e magia”. Ela encerrou seu discurso com um lembrete para se registrar para votar na próxima eleição presidencial, um dia depois de ela endossar Kamala Harris. — SCARANO