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The Town: no 1º dia, fãs viram bons shows, mas também caos, chuva e até fogo em ônibus; leia resumo

Encontros de Demi Lovato com Luísa Sonza e Post Malone com cunhado de Sasha foram destaques. Mas também houve caos na chegada, chuva inclemente, ‘show de luzes’ anticlimático e até ônibus expresso que pegou fogo

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Por Ana Lourenço , Rodrigo Ortega , Danilo Casaletti , Dora Guerra , André Carlos Zorzi , Julio Maria e Carla Menezes
Atualização:

Ninguém disse que produzir o “Rock in Rio paulista” seria uma tarefa fácil - mas também não precisava ser tão difícil assim.

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O primeiro dia do The Town, festival estreante que aconteceu no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, neste sábado, 2, teve algumas surpresas e muitos perrengues. Encontros de Demi Lovato com Luísa Sonza e de Post Malone com um fã brasileiro chamado Daniel, cunhado de Sasha Meneguel, foram destaques no palco. Fora dele, uma chuva inclemente, problemas na entrada e no transporte, incluindo um ônibus que pegou fogo, além de um “show de luzes” anticlimático, prometido como histórico, foram notas negativas.

O evento, que esperava 100 mil pessoas, teve suas vendas esgotadas, segundo a organização. No caminho, fãs já encontraram problemas, com dificuldades no deslocamento nos trens, lotados e atrasos na entrada. Um ônibus a serviço do festival pegou fogo na avenida 23 de Maio, mas passageiros não foram feridos. Já à noite, o Autódromo ficou sob forte chuva durante os principais shows.

Apesar dos problemas, os palcos inspirados na cidade de São Paulo receberam shows empolgantes. Além de Post Malone e Demi Lovato, o melhor do dia foram shows de funk e rap, de novos ídolos como MC Hariel e Tasha e Tracie aos ícones Racionais MCs.

Dentro do Autódromo o maior problema foram os trechos alagados e enlameados. O “Rock in Rio de São Paulo” - evento criado por Roberto Medina, criador do festival carioca - parecia até bem estruturado, usando bem o espaço de Interlagos, com palcos principais menos afastados. Mas a lama foi muita em vários locais - seria difícil fugir dela com tanta chuva e com trechos gramados.

Ao contrário do Rock in Rio 2022, atrapalhado por caixas com volume baixo, o The Town teve som poderoso. Apesar da estreia conturbada, o evento, que continua nos dias 3, 7, 9 e 10, ainda tem potencial para se firmar como o principal festival de música de São Paulo. A conferir.

O festival que fez de tudo para homenagear a terra da garoa acabou fazendo mais homenagem do que esperava, com chuva que não acabava mais. Veja o resumo do primeiro dia do The Town:

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Post Malone com banda poderosa e cunhado de Sasha

Post Malone foi o headliner do primeiro dia do The Town Foto: Taba Benedicto/Estadão

Post Malone voltou ao Brasil um ano após se apresentar no Rock in Rio, um show bastante castigado pelas chuvas fortes que abateram o Rio - aqui achou o mesmo problema. Lá, sozinho no palco, ele usou bastante carisma e apostou em recursos de autotune. Agora, tinha uma espécie de dívida a pagar. Faria mais mais um show sozinho em um palco gigante como o Skyline? Não, ele trouxe a banda, uma grande banda, com um baterista gigante, violinista, violoncelista, guitarras e baixo. Ele chamou para o palco um fã chamado Daniel - cunhado de Sasha Meneguel - e pediu que ele tocasse o violão. Eles levaram um tempo até ajustarem o tom que iriam usar na música. Tudo muito estranho e rápido, com Malone se divertindo mais do que a própria plateia. LEIA MAIS SOBRE O SHOW

Demi Lovato e Luísa Sonza

Antes de subir ao palco, Luísa Sonza foi apresentada por Demi como “minha nova amiga”. A brasileira entrou com um desajeitado “faz barulho, The Town”. Luísa cantou Penhasco2 de olho fechado e abraçada ao microfone. Demi entrou com um português de dicção ainda iniciante, mas incrivelmente com palavras mais bem articuladas do que as da brasileira. Demi Lovato balançou a cabeça centenas de vezes e fez o show de rock mais pesado entre as atrações principais do primeiro. Demi deu grandes voltas na carreira e parece que foi parar em casa, à vontade. LEIA MAIS SOBRE O SHOW.

Racionais MC’s fez ‘o jogo do sistema’ com orquestra

Mesmo dentro de um festival como o The Town, que cobra R$ 815 o ingresso por dia, a voz de jovens que não podem entrar pelos bem guardados muros do Autódromo de Interlagos soava alto, representada por duas potências da periferia de São Paulo: os Racionais MC’s, maior grupo de rap do País, e a Orquestra Sinfônica de Heliópolis. Muita água caiu durante Negro Drama, com trovões e relâmpagos enquanto o telão mostrava nomes de jovens pretos assassinados na periferia. Era como se o grupo estivesse inserido em um “sistema” para combatê lo por dentro, e como se o céus respondessem a isso. LEIA MAIS SOBRE O SHOW

MC Hariel fez crítica afiada ao palco principal, onde cantou

MC Hariel no The Town Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

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Antes de subir no palco, em entrevista ao canal Multishow, MC Hariel criticou a organização do evento pelo fato de terem “esquecido” de incluir “barraco de favela” na composição temática do palco, representando a cidade de São Paulo. O show com MC Ryan SP e MC Cabelinho foi aberto com Cracolândia, que fala sobre as drogas, a luta contra o vício e a dor das famílias que convivem com ele. Além das letras políticas, o trio explorou os hits que fazem sucesso nas redes sociais e falam de assuntos do cotidiano. Eles também homenagearam o colega MC Kevin. LEIA MAIS SOBRE O SHOW

Tasha & Tracie em ótima abertura com a ‘cobra’ Karol Conká

Tasha e Tracie no The Town Foto: TABA BENEDICTO / ESTADÃO

O rap feito pela dupla feminina Tasha & Tracie, que inaugurou o palco The One, foi a cara de São Paulo. As irmãs fizeram uma marcante entrada em cima de lambretas e cantaram uma série de hits, nada tímidas, para um público ainda tímido. Contando com a ilustre participação da curitibana Karol Conká, um dos principais nomes femininos do rap nacional, elas também deram uma prévia de uma futura parceria com a mamacita, que usou uma roupa que reproduzia duas cobras no ombro - referência à sua participação desastrosa no BBB. LEIA MAIS SOBRE O SHOW.

Incêndio em ônibus do festival e caos na chegada

Um ônibus a serviço do festival pegou fogo no meio da Avenida 23 de Maio a caminho do festival, por volta das 17h. O fogo começou na parte de trás e assustou os passageiros, que pediram para que o motorista parasse o veículo.

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Os passageiros tiveram de esperar 20 minutos até o motorista de outro ônibus a serviço do The Town oferecer carona até o festival. Segundo o Corpo de Bombeiros, nenhum passageiro ficou ferido durante o episódio. LEIA MAIS SOBRE O INCÊNDIO

Antes disso, os fãs enfrentaram trens superlotados e relataram espera de até duas horas na fila para entrar no festival. Por volta das 16h, no início do show de Hariel, Ryan e Cabelinho, o problema parece ter sido resolvido de uma vez, com uma multidão entrando ao mesmo tempo no festival.

Show de luzes ‘histórico’ virou anticlímax

100 mil pulseiras se acenderam ao mesmo tempo no The Town Foto: Reprodução/Multishow

Planejado para ser um grande momento do primeiro dia, o show de luzes que começou no palco Skyline não empolgou a plateia, que assistiu à confusa apresentação de Ney Matogrosso sob a forte chuva que caía. As pulseiras distribuídas para o público do festival, algo difundido pela banda Coldplay, piscaram luzes coloridas de maneira bastante tímida. No céu, uma rápida queima de fogos que não empolgou ninguém. Sem entender nada, o público já posicionado para ver uma das grandes atrações da noite, Demi Lovato, começou a gritar “Demi, Demi, Demi”.

Depois, as pulseiras até fizeram bonito na plateia de shows principais, piscando em sincronia com hits de Post Malone e, claro, Demi Lovato. LEIA MAIS SOBRE O SHOW DE LUZES

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